30 setembro 2008

O acepipe achocolatado

O meu amigo Afonsinho e a mamã deixaram um comentário no post “Novo acepipe”, onde digo que aderi à moda do gutu com chocolate, tão querida dos papás.

A “receita” é simples…

Pomos um ou dois gutus, com sabor a fruta, numa taça ou numa caneca – sendo que, na minha opinião, o gutu de banana é o que produz melhor efeito – e toca de deitar chocolate em pó q.b. (Nesquik ou outro parecido) lá para dentro e mexer muito bem, até ficar uma mistela que mais parece mousse de chocolate.

Antes de me lambuzar, os papás aconselham, sempre, a que eu tenha dois ou três guardanapos à mão de semear…

A Cria

Nota do papá – Este post deixou-me com água na boca e, depois de, a pedido da Joana, o publicar, desliguei o computador e fui, directamente, para a cozinha preparar uma destas mistelas.

Cubos

Enquanto os papás estavam a ver umas coisas no computador, eu estava muito entretida a fazer uma espécie de construções com uma série de cubos, e demais peças, que tenho dentro duma caixa tipo balde.

De repente, quando a construção já era e a brincadeira estava a começar a descambar, apercebi-me que o papá estava a filmar o que eu estava a fazer e quis ver a filmagem.


O papá disse que não e que eu só podia ver depois de arrumar tudo dentro do balde.

E foi isso mesmo que eu fiz, cheia de pressa para ver o meu filminho.


A Cria

28 setembro 2008

Sangue

Não sei bem porquê, e os papás desconfiam que foi por meter o dedo no nariz ou por ter apanhado muito sol ontem nos karts (ainda que tivesse a minha fralda enfiada na cabeça à moda dum piratinha) mas, depois do jantar, estava, sossegadinha, a ver televisão com a mamã e comecei a sangrar duma das minhas narinas.

Entre a minha admiração, porque nunca tal me tinha acontecido, e o pânico da mamã, lá fomos limpar o sangue, primeiro com água e, depois, com um pouco de água oxigenada e tudo voltou à normalidade.

Conclusão: Estou proibida de tirar macacos do nariz!

A Cria

Um fim-de-semana especial

Ontem foi um dia muito preenchido, quer para mim quer para os papás, que nos deixou algo arrasados.

Fiquei admirada por nos termos levantado tão cedo, como se de um dia de trabalho se tratasse, e depois da correria da manhã, parecia que íamos de viagem, com dois sacos atrás de nós…

Mais admirada fiquei quando reparei na vestimenta que o papá levava vestida, e que eu nunca tinha visto.

Uma indumentária esquisita, com umas costuras, em quadrados, ao longo das pernas, com o tronco e os braços enrolados à cintura, como se fosse um “pullover”, e umas botas que pareciam uns ténis mas que não são bem uns ténis.

Depois de dormir durante toda a viagem, acordei e percebi, finalmente, o que se passava, já que estava mais uma data de gente com umas fatiotas parecidas à do papá e uns carrinhos pequeninos, muito ruidosos e engraçados, numa estrada pequenina.

O papá mostrou-me os popós e explicou-me que a fatiota, mais umas luvas e um capacete eram necessários para participar numa prova de karts.

Foram duas horas e meia bem passadas, no meio daquela azáfama, cheia de curiosidade e a acenar ao papá, cada vez que ele passava na recta da meta.

No final, a equipa do papá, que estava em sexto a três voltas do fim, ficou em oitavo lugar já que o papá, segundo as suas palavras, já não aguentava com uma gata pelo rabo e perdeu completamente o ritmo nas voltas finais.

Depois da cerimónia da entrega dos prémios, na qual também participei e ganhei a minha primeira medalha, fomos almoçar com o “Ócas” e com a Xana restaurante ali perto e voltámos ao Campera, o sítio onde tinha sido a prova dos carrinhos, onde a mamã aproveitou para fazer umas compras, enquanto eu e o papá dormimos, no popó, uma sestinha de meia hora.


Depois fomos ter com a mamã e continuamos com as compras até começar a chover.

Nada de especial, excepto que a carga de água que desabou, em gotas bem grossas, vinha acompanhada duma violenta trovoada que parecia que estava mesmo ali em cima de nós.

Nada de especial, a não ser que apanhei a minha primeira molha, a correr dum lado para o outro às cavalitas do desgraçado do papá, que já estava cheio de dores por causa dos karts, e parecia que tínhamos saído do duche.

Depois de mudar de roupa, voltámos, calmamente, para casinha e só nos apeteceu petiscar uns acepipes antes de irmos todos para a caminha, vencidos pelo cansaço dum dia diferente.

Hoje, Domingo, passámos um dia tranquilo, em família, e deixo um beijinho muito especial para os papás por mais um mês de casados.

A Cria

26 setembro 2008

Noite agitada

Ontem fomos jantar a casa do meu padrinho e consegui rebentar com a paciência e com a resistência da cadelinha Kika.

A brincadeira foi de tal ordem que a pobre da bicha, que já andava com a língua de banda, deitou-se ao meu lado, de barriga para o ar, numa de pedir muitas festinhas.

Claro está que, assim que entrei no popó, e percorridos uma centena de metros, eu também adormeci ferrada e nem mesmo quando cheguei a casinha e a mamã me limpou com uma dúzia de toalhitas, para tirar toda a baba procedente das lambuzadelas da Kika, me conseguiram acordar.

E já pedi aos papás para não deixarem passar tanto tempo até à próxima visita, porque gosto muito do padrinho e da família e da cadelinha Kika.

A Cria

25 setembro 2008

Pfuuuu!

E os papás ainda dizem que o meu cocó cheira mal… Ora que essa!

A Cria

Gazeta

Hoje é o segundo dia, desta semana, que faço uma grande gazeta e não vou à escolinha.

Ontem, o papá acordou mais tarde e, em vez de andarmos à pressa, num verdadeiro alvoroço, ficou decidido que eu ficava em casinha com a mamã, que, entretanto, continua de baixa.

Hoje, a gazeta já estava programada há algum tempo, de modo a ir tratar duns assuntos com a mamã no reboliço de Lisboa.

Dois dias, na companhia da mamã, que me estão a saber muito bem!

A Cria

22 setembro 2008

Marretas

Descobri, no blog do papá, uma notícia importante, sobre um simpático grupo de bonecos, totalmente tresloucados, que fizeram as delícias dos mais velhos há cerca de 30 anos atrás.

São os Marretas, são liderados por um simpático sapo, já conhecido de tantos de nós, os mais novinhos, chamado Cocas, e parece que estão a planear um regresso em grande força, já aplaudido pelo papá que diz que, desta forma, se vai ver livre do Ruca e do Noddy.

Não sei se será bem assim mas, para já, não me canso de ver, no computador dos papás, o vídeo das vaquinhas loucas, que pedi ao papá para publicar aqui, juntamente com outros dois vídeos.


Mahna Mahna


Animal e um solo de bateria


Cozinheiro Sueco

A Cria

21 setembro 2008

Arrumações

O fim-de-semana foi dedicado a arrumações na casinha e, desde o meu quarto até à cozinha, passando pela sala e pelo escritório dos papás, foi tudo passado a pente fino.

O saldo, ainda que cansativo, foi muito positivo, com toneladas de papel e porcarias a serem levadas para o lixo, prateleiras da cozinha re-arrumadas , aquário merecedor duma limpeza a fundo e frisos das janelas a brilharem.

A Cria

Novo acepipe

Resolvi, definitivamente, aderir a um dos acepipes favoritos dos papás: o “gutu” com chocolate em pó!

A Cria

19 setembro 2008

Gostamos de cuscar

- O desenvolvimento dele, no Dezembro
- Um dia especial da Leonor, no Estrelinha Cor de Rosa
- Quem os ensina?!, no Narizinho
- Hoje fez A Birra!, no Maraffaadinha
- Descobertas, n’O Meu Grande Amor
- E porque um Anjo também tem pancas…, n’O Nosso Afonsinho

Uma chucha para o macaco

Eram duas e meia da manhã quando decidi berrar, a chamar pela mamã, e acordar o prédio todo.

Contra as minhas expectativas, porque, assim, já sabia com o que podia contar, apareceu o papá e lá tive que mudar a minha estratégia…

Ou seja, em vez de pedir para ir para a cama do papás, que era, sem dúvida, o que me apetecia, decidi parar com o berreiro e olhar, fixamente, para o papá, com os meus olhinhos de carneiro mal morto e a fazer um certo beicinho.

Não resultou, e o papá foi intransigente na sua decisão de me obrigar a permanecer na minha caminha.

Ainda assim, obriguei o papá a alguma “ginástica” para me “dar a volta” e lá foi o pachola buscar o meu macaco para a minha caminha, devidamente acompanhado duma fralda de pano e uma das minhas chuchas.

Com o macaco a fazer-me companhia e a luz do quarto acesa, lá me conformei e dormi, sossegadinha, o resto da noite.

A Cria

Não fomos à falência

Quem lê, com alguma assiduidade, o nosso espaço familiar começa a pensar se o Traquina e Irrequieta terá entrado nalgum processo de falência, à semelhança do banco americano Lehman Brothers ou da AIG, a seguradora cuja existência esteve ameaçada por um fio.

Nada disso se passa com o nosso blog.

Acontece é que as novidades, aparte do facto da mamã estar a recuperar muito bem da contrariedade que assolou a família, não têm sido muitas nem dignas de registo.

Estamos por cá, atentos nas visitas que fazemos a outros espaços familiares, mas sem muito tempo para comentar.

No regresso das férias, a pequena cria disse que o Traquina e Irrequieta estava de volta, ainda que a meio gás…

Talvez nem mesmo nós, papás e cria, estivéssemos à espera que esse meio gás se prolongasse por tanto tempo, mas a vida do dia-a-dia a tal nos tem obrigado.

14 setembro 2008

Convicções teimosas

A pequena cria está a passar por uma fase que se afigura mais complicada para os pais, com certo tipo de birras, inesperadas e inexplicáveis (na óptica dos adultos), capazes de dar cabo da cabeça a qualquer um.

Não é que não estivéssemos à espera ou preparados para esta fase, já que os conselhos, à laia de avisos, sempre foram aparecendo, vindos das mais diversas fontes.

E não é que a nossa filha seja uma bebé chata, refilona ou daquelas criaturas que berra, por tudo e por nada, quando, talvez fruto da educação, não se lhe fazem as vontades.

A Joana é, isso sim, obstinada até mais não nas suas convicções de bebé e, quando mete alguma coisa na sua pequena cabeça, teima em fazer o que lhe parece certo por si mesma, até conseguir os resultados a que se propôs ou até perceber que precisa de recorrer à nossa ajuda para chegar ao objectivo.

Como pais, sempre achámos por bem, dentro de determinados limites que consideramos razoáveis e seguros, que a nossa filha, por ela mesma, explorasse e conhecesse o mundo que a rodeia, de modo a aprender o que está correcto ou errado, a diferenciar o bem do mal e a desenvolver, física e psicologicamente, a maturidade mais adequada à sua idade e às diversas fases da sua vida.

Estamos convictos que estes pressupostos ajudaram a que a Joaninha continue a ser uma criatura doce, meiga, carinhosa, curiosa e bem-disposta e que continue a ser uma bebé obediente que não se opõe a ir para a cama, a comer, a tomar banho ou a lavar os dentes.

O problema surge quando quer cumprir com os seus afazeres à sua própria maneira (muitas vezes a correcta, sem dúvida) e com o seu próprio “timming”, nem sempre o mais adequado à vida dos papás…

12 setembro 2008

Boas notícias

A mamã foi fazer uma ecografia e está tudo a correr bem, com o organismo dela a expulsar, naturalmente, tudo o que tem que sair.

A Cria

11 setembro 2008

Na calada da noite

Só hoje, pela manhã, percebi que a noite foi deveras atribulada lá para os lados do quarto defronte do meu.

Parece que a mamã passou mal a noite, cheia de dores – o que obrigou, inclusive, a que o papá tivesse que sair, às quatro da manhã, em busca duma farmácia – e com muitas idas à casa de banho, já que o organismo dela está a expulsar, naturalmente, tudo o que teria sido necessário para albergar o(a) Traquina 2009 durante os nove meses dentro da barriga.

Conclusão: hoje não houve escolinha, para mim, nem trabalho para os papás.

Amanhã, a mamã vai, mais uma vez, à médica para ver se está tudo a correr normalmente.

Entretanto, especialmente em nome da mamã, ficam os nossos sinceros agradecimentos por todos os comentários e mensagens de carinho e apoio que muito nos sensibilizaram.

A Cria

09 setembro 2008

Triste desistência

Por razões que a própria razão desconhece, hoje foi um dia triste na vida desta pacata família, o dia em que tivemos a confirmação médica de que o(a) Traquina 2009 deverá, em algum momento dum passado recente, ter percebido que alguma coisa não estava bem e decidido abandonar o projecto de aumentar o agregado familiar.

A natureza, em todo o seu esplendor, tem destas coisas, sem dúvida, mas a natureza também consegue ser madrasta em determinadas ocasiões.

NOTA - Também publicado no Sempre a Produzir

08 setembro 2008

As nossas férias - 03

O Sábado em que a priminha Isabel e os papás dela vieram almoçar connosco serviu para o papá recuperar dum certo mal estar das costas – leia-se dores – por causa das passeatas diárias até à praia, já que, especialmente ao fim do dia, eu pedia sempre ajuda ao papá – leia-se cavalitas – para chegar ao popó.


Para quem conhece, a priminha está grande, ainda que só esteja na fase do gatinhar e ainda não dê para brincar muito comigo.

De qualquer maneira, foi só um mísero dia de descanso para o papá porque voltámos, logo, ao nosso dia a dia de praia e às minhas brincadeiras com uma nova amiguinha, chamada Catarina, mais velha do que eu cerca de um ano mas disposta à muita brincadeira, que durava enquanto conseguíamos aguentar sem frio, num entra e sai da água constante, sempre acompanhadas dos nossos baldes, regadores e outros utensílios.


Já vos tinha falado da Sofia – a tal do melão – mas, para além da Catarina, com quem espero manter contacto no futuro, estas férias permitiram-me arranjar novas amizades e relembrar outras que já não via há algum tempo, como a Mariana e o Gonçalo, dois “primos emprestados”, filhos duma grande amiga da minha mamã.

Após uma manhã mais cinzenta, a tarde pôs-se solarenga e fomos ter com eles, depois dumas horitas bem passadas numa praia da Fonte da Telha, para acabar a tarde na piscina lá de casa, antes de sairmos para jantar, num restaurante situado numa das praias da linha da Costa da Caparica.


E, claro está, aproveitámos a areia paredes-meias com o restaurante para nos divertirmos à grande, enquanto os nossos papás jantavam.

Resumindo, e concluindo, foram uns belos dias de férias, que só pecam por ter sido tão poucos e por terem passado tão depressa, que me fizeram muito bem e que m e ajudaram a crescer, em todos os aspectos, além de ter tido a oportunidade de conhecer novas pessoas, novos areais e alguns acessórios de moda novos…


A Cria

06 setembro 2008

As nossas férias - 02

Tanta praia, correrias pela areia, banhos e ar puro, tiveram, sempre, duas consequências imediatas.

Por um lado, um apetite devorador que nos levava, sempre, a uns petiscos maravilhosos.

Para mim, foram as férias da descoberta do choco frito, cheio de limão e maionese, da salada de ovas de pescada, dos mexilhões, das lulas grelhadas pelo papá e da caldeirada.

Na praia, tinha sempre uma sanduíche à minha espera e/ou umas bolachinhas deliciosas, a que chamam “línguas de veado”, para devorar e partilhar com as novas amizades, humanas e caninas, que fui fazendo.

Sim, porque os coitadinhos dos cães também gostavam das minhas bolachinhas, apesar das chatas das donas dizerem que eles não queriam mais e que estavam a ficar gordos.

Bolachinhas sim, mas fruta não, e, como tal, eu é que comi quase todo o melão da Sofia – uma das novas amiguinhas – perante o ar meio aparvalhado da mamã dela e o ar algo comprometido dos meus papás que já estavam a ficar envergonhados com tamanho à vontade da minha parte.

O pior foi quando acabei com o melão e decidi que, para rematar, o melhor era beber o sumo do melão directamente do “tupperware”… Foi ver a mamã a sair disparada na minha direcção a dizer-me que aquilo não se faz, enquanto se desfazia em desculpas perante a mamã da Sofia.

Caramba… Entendam, duma vez por todas, que estas são as verdadeiras coisas de crianças.

E entendam, também, que com tanta mistela e com a mania de beber água de pois de comer um “gutu”, a diarreia líquida que me assolou durante dois dias foi um dano colateral perfeitamente normal, apesar do cheiro que até a mim me deixava mal disposta, e o pequeno cocó que fiz no fato-de-banho, o único durante todas as férias, foi um mal menor que não consegui, mesmo, conter.

E não se queixem porque eu sei, muito bem, que andaram a fazer altas ceias a altas horas da manhã enquanto eu dormia o meu soninho profundo.

Maionese de pescada, pizzas, ovos mexidos, torradas, sumos, leitinho… Pois, pois…

A segunda consequência imediata foi o cansaço saudável ao fim do dia e que me levava a adormecer ao colinho dos papás ou, simplesmente, toda torcida no sofá, de chucha na boca e agarrada à fralda e ao Ruca.

Um drama, para ser bem realista, porque se adormecia depois da praia, no caminho para casinha, era uma trabalheira para me conseguirem acordar para tomar banho ou jantar.

Uma coisa é certa… Acabado o jantar, o máximo que conseguia aguentar eram alguns minutos de cócegas e brincadeiras com os papás, antes de ferrar a dormir.


Daí termos aproveitado um dos dias que ficámos na praia até mais tarde, nada mais nada menos que até às 7 da tarde, para ir, directamente, jantar com a avó E., enquanto a cadelinha Carolina se entretinha a despedaçar o banco do popó da amiga da avó…

Assim, com tanta diversão, tinha mesmo era que me manter acordada…

A Cria

04 setembro 2008

As nossas férias – 01

Como já se sabe, as férias começaram, verdadeiramente, no dia 15 de Agosto, quando os papás arrumaram as traquitanas todas, encheram o porta-bagagem da carrinha de malas, sacos e saquetas – grande parte por minha causa – e seguimos para Sesimbra.

Daí até ao fim das férias, exceptuando um ou dois dias em que o tempo não esteve grande coisa e um dia que tivemos que vir a Lisboa, a nossa vida passou a ser praia.

Os papás ainda se assustaram, logo no primeiro dia, quando se aperceberam que a minha vontade de ir para dentro de água não era igual à do ano passado nem, tão-pouco, à que já tinha demonstrado este ano na praia do Magoito.

Sol de pouca dura, claro está, porque bastou-me perceber que aquele mar de Sesimbra é o ideal para as minhas brincadeiras para não mais dar descanso aos papás, e nem mesmo algumas quedas redondas dentro de água, com uma ondinha a enrolar-me, me demoveram dos meus propósitos bem dispostos.

Descanso, só mesmo quando os papás viam que eu já estava a tremer de frio e com os lábios roxos e o papá me levava a dar um verdadeiro mergulho, a modos que forçado… Aí, era eu mesma que pedia a chucha e a fralda para descansar um bocadinho debaixo do chapéu-de-sol.

Chapéu-de-sol, diga-se de passagem, indispensável nestas férias, porque os papás não ligaram a ponta dum rabinho aos horários mais ou menos nefastos para estar na praia.

Íamos sempre tarde e a más horas, mas serviram, sem dúvida, o creme com factor máximo de protecção que a mamã me punha, pacientemente, todos os dias e, lá mais para os últimos dias, quando já estava com uma corzinha morenaça, o Piz Buin da mamã com um factor de protecção menor.

A coisa resultou, porque ninguém apanhou escaldões nem nada que se parecesse, e tinha mesmo que resultar porque andávamos sempre dentro de água, de modo a estarmos permanentemente fresquinhos e com as moleirinhas molhadas.

O papá, no entanto, deve ter abusado nos primeiros dias, já que nem sempre andava com a carola molhada, e isso afectou-lhe a moleirinha, de tal modo que, num dos dias, saímos da praia, fomos comprar carninha para fazer um belo dum churrasco e, ao chegar a casa, o tonto do papá esqueceu-se das chaves de casa dentro do popó que, entretanto, já estava a descansar na sombrinha da garagem fechada.

Não deve ser difícil, para quem conhece a família e está a ler esta narrativa, imaginar o que aconteceu quando o papá se apercebeu da embrulhada…

Os três à porta do prédio, com os sacos das compras e das traquitanas da praia às costas, a olhar uns para os outros com um ar meio incrédulo pelo que nos estava a acontecer.

A mamã desesperada com calor, sede e fome e com vontade de atirar com alguma coisa à cabeça do papá;

Eu, sem ligar muito à situação, a cirandar, dum lado para o outro, pela rua fora;

O papá, pachola, a tentar fazer ver à mamã que o que está feito, feito está, e que só tínhamos que arranjar uma solução para entrar na garagem e ir buscar a chave de casinha.

Chaves… Só as da carrinha. As restantes chaves (garagem pela frente, garagem pelas traseiras, casinha e porta do prédio) ficaram todas dentro do popó.

Telemóveis… Em casa, porque férias são férias e os papás nem levaram os ditos para a praia.

Janelas todas fechadas e, mesmo que não estivessem, não adiantava de nada entrar em casinha porque a porta continuava fechada à chave.

Enfim… Uma grotesca e mirabolante conjuntura que ficou resolvida com um telefonema para o avô V., através dum telemóvel dum vizinho que assistia à situação familiar com um sorriso malicioso nos lábios.

Com a avó no hospital, a recuperar duma pequena cirurgia, o avô lá veio jantar connosco e trazer a chave da casota, mas o mais caricato foi que a chave dum outro vizinho, que entretanto chegou a casa, abriu a porta traseira da nossa garagem, poucos minutos antes do avô chegar, vindo, propositadamente, de Lisboa…

A Cria

03 setembro 2008

Primeiro desgosto de amor

De volta à escolinha, fiquei a saber que parece ser que o Simão decidiu ir de férias e não mais voltar…

O papá esfregou as mãos de contente porque diz que já poupou na compra da tesoura para cortar o cabelo do meu amigo.

A mamã diz para eu não ficar triste porque ainda sou pequenina e há bem melhores que o Simão.

O Ricardo (outro amiguinho lá da escolinha), assim que me viu a entrar no infantário, aproveitou que o Simão não estava por perto, correu para mim e encheu-me de beijos e abraços.

Depois reparou que o meu papá estava ali ao lado, deu meia volta e fugiu para se esconder no meio dos brinquedos.

Eu ando por aí cabisbaixa, a pensar naqueles longos cabelos louros, na esperança que o Simão ainda volte para a escolinha.

A Cria

02 setembro 2008

De volta

Depois de duas semanas repletas de praia, correrias e novos petiscos, estou de volta ao activo e à vida do quotidiano.

Já pedi aos papás que façam uma compilação do que mais importante se passou durante as férias mas parece que a coisa ainda vai levar alguns dias, já que eles andam muito atarefados e com alguma falta de tempo para actualizar, condignamente, o nosso espaço familiar.

Mas já me prometeram que o vão fazer, muito em breve, com algumas fotos e filminhos à mistura.

Até lá, o Traquina e Irrequieta está de volta, ainda que a meio gás.

A Cria