A Cria e os papás estão muito agradecidos a todos os que têm visitado este nosso espaço.
28 fevereiro 2007
100
A Cria e os papás estão muito agradecidos a todos os que têm visitado este nosso espaço.
Gostamos de cuscar
A minha mamã
Ainda estava eu na barriga da mamã e já sentia um amor profundo e um sentido imenso de protecção em relação a mim, já que a mamã passava a vida a fazer festinhas na enorme pança e a falar comigo.
Eu, claro está, não me fazia rogada e retribuía com umas cotoveladas e uns pontapés, de modo a que a mamã soubesse que a estava a ouvir e que estava tudo bem comigo.
Agora, a caminho dos onze meses, vejo que não me enganei e sei que a mamã me adora e que faz tudo para que eu continue a crescer saudável, bem disposta e dentro dos valores que os papás acham melhores para o meu futuro.
Sempre carinhosa e cheia de atenções para comigo, a mamã só peca por duas coisas que são, no entanto, perfeitamente compreensíveis.
Primeiro, às vezes exagera na protecção que me dá e não me deixa explorar certas coisas do mundo que me rodeia, o que é normal porque não quer que eu me magoe com as cabeçadas que possa dar no chão ao gatinhar mais depressa ou ao tentar pôr-me em pé para analisar os botões da aparelhagem.
Em segundo lugar, a mamã fica, pelo menos ultimamente e por causa das minhas birrinhas de sono, com os nervos em franja e sem pachorra para me dar a sopa, o que a leva a dar-me uns valentes berros ou, simplesmente, a “passar a pasta” para o papá.
É natural, mamã, e prometo que vou fazer um pequeno esforço (porque ainda sou muito pequenina) para compreender que andas cansada e que eu, com as minhas traquinices, não tenho ajudado para o teu descanso.
De resto, adoro quando a mamã fala, pacientemente, comigo;
É bom saber que a mamã me adora e que a tenho sempre ao meu lado, dedicada e consciente dos deveres que tem como mãe.
És o máximo, mamã!
Mais um “mesiversário”
Os meus papás estão de PARABÉNS por mais um mês de casados, desta vez, três anos e três meses desde que assumiram uma vida em comum.
Eu, pois claro, estou super feliz por eles e por ver que têm conseguido, sempre, passar por cima das adversidades do dia-a-dia com determinação, muito carinho e muito amor.
Só há uma coisa que me faz alguma confusão nesta pequena cabecinha…
Será que vão continuar com esta coisa de celebrar todos os meses de namoro e todos os meses de casamento ou vão passar a celebrar a cada ano que passa?
Parabéns, papás!
Adoro-vos!
Assin. – A Cria
27 fevereiro 2007
Gostamos de cuscar
Odisseia dental
Como abana a carola na horizontal, como quem diz que não, fica, para já, a dúvida se está a tentar ajudar na lavagem ou se é mesmo uma questão de não gostar do que sente.
Certo, certo, é que ontem, quando a fui deitar, senti uma substância pegajosa no cabelo junto à nuca.
Nada mais, nada menos, do que pasta de dentes…
Parabéns...
Meteorologia
25 fevereiro 2007
Beijinhos
É, cada vez mais, difícil percebemos a maneira palrar dela e não percebemos o que a filhota quer.
Hoje dizia “…dadaada…tataataa..”, mas muito baixinho.
Hoje o pai ouviu, pela primeira vez bem alto, chamar o papá, coisa que eu já tinha ouvido muitas vezes.
Escovas de dentes
A Joaninha costumava morder e já estávamos fartos de dentadas.
Achamos uma piada de te ver a filhota escovar os dentes e a primeira vez não custou nada, porque adora o sabor.
Obstáculo?
No meio das minhas brincadeiras depois de jantar, desatei a gatinhar para ir à procura do meu papá e dei de caras com a porta do quarto quase fechada.
Cheia de cuidado, meti a mão naquele espaço pequeno entre a porta e a ombreira e consegui, pela primeira vez sem qualquer tipo de ajuda, abrir a porta do meu quarto!
Pelas vossas caras, queridos papás, dá para ver que sou mesmo o motivo do vosso orgulho, não é?
Hoje é Sábado, filha
Não sei bem que raio se passou, mas, às cinco e meia da manhã, a cria acordou com uma genica fora do comum.
Nem aos dias de semana isto acontece, mas hoje parecia um dia especial, já que, quando entrei no quarto da pequena criatura, senti aquele cheirinho “agradável” a que tantas vezes faço referência no meu outro espaço.
Resultado, uma mudança rápida de fralda e, aproveitando a embalagem, o biberão matinal que, pensávamos os pais, serviria para acalmar o ímpeto da nossa filha.
Nada disso… Durante mais de uma hora, a pequena criatura continuou, enérgica, a brincar, primeiro na nossa cama e, depois, sozinha e aos berros, na cama dela, até ter percebido que era melhor voltar a dormir e que não era dia de infantário.
Cinco e meia da matina… Sábado… Porra!
23 fevereiro 2007
Parabéns
Gostamos de cuscar
Um bocadinho mais velhos
22 fevereiro 2007
Que bom seria se fosse mesmo assim
PRINCÍPIO 1º
A criança gozará de todos os direitos enunciados nesta Declaração.
Todas as crianças, absolutamente sem qualquer excepção, serão credoras destes direitos, sem distinção ou discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição, quer sua ou da sua família.
PRINCÍPIO 2º
A criança gozará protecção especial e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidade e facilidades, por lei e por outros meios, a fim de lhe facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, de forma sadia, e normal, e em condições de liberdade e dignidade.
Na instituição das leis visando este objectivo levar-se-ão em conta sobretudo, os melhores interesses da criança.
PRINCÍPIO 3º
Desde o nascimento, toda criança terá direito a um nome e a uma nacionalidade.
PRINCÍPIO 4º
A criança gozará os benefícios da previdência social.
Terá direito a crescer e criar-se com saúde.
Para isto, tanto à criança como à mãe, serão proporcionados cuidados e protecção especiais, inclusive adequados cuidados pré e pós natal.
A criança terá direito a alimentação, recreação e assistência médica adequadas.
PRINCÍPIO 5º
À criança incapacitada física, mental ou socialmente, serão proporcionados o tratamento, a educação e os cuidados especiais exigidos pela sua condição peculiar.
PRINCÍPIO 6º
Para o desenvolvimento completo e harmonioso de sua personalidade, a criança precisa de amor e compreensão.
Criar-se-á, sempre que possível, aos cuidados e sob a responsabilidade dos pais e, em qualquer hipótese, num ambiente de afecto e de segurança moral e material, salvo circunstâncias excepcionais, a criança da tenra idade não será apartada da mãe.
À sociedade e às autoridades públicas caberá a obrigação de propiciar cuidados especiais às crianças sem família e aquelas que carecem de meios adequados de subsistência.
É desejável a prestação de ajuda oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos de famílias numerosas.
PRINCÍPIO 7º
A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsória pelo menos no grau primário.
Ser-lhe-á propiciada uma educação capaz de promover a sua cultura geral e capacitá-la a, em condições de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões, sua capacidade de emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e social, e a tornar-se um membro útil da sociedade.
Os melhores interesses da criança serão a directriz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em primeiro lugar, aos pais.
A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os mesmos propósitos da sua educação.
A sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.
PRINCÍPIO 8º
A criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a receber protecção e socorro.
PRINCÍPIO 9º
A criança gozará protecção contra quaisquer formas de negligência, crueldade e exploração. Não será jamais objecto de tráfico, sob qualquer forma.
Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudique a saúde ou a educação ou que interfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral.
PRINCÍPIO 10º
A criança gozará protecção contra actos que possam suscitar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza.Criar-se-á num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência que seu esforço e aptidão devem ser postos a serviço de seus semelhantes.
Grande birra
Eis senão quando, a pequena criatura decidiu presentear os pais com a sua primeira grande birra.
Digo primeira grande birra, porque não me lembro da nossa filha ter feito nada igual nestes dez meses da sua pacata vida.
Ainda antes do pai chegar a casa, já as novidades apontavam para uma berraria compulsiva…
Normal, pensava eu. Normal o tanas, como vim a comprovar.
O banho, de que tanto gosta, foi um verdadeiro suplício e um desastre para os pais, que saímos da casa de banho ensopados e com espuma até no intestino delgado.
Enfiar-lhe uma fralda, vestir-lhe o pijama e aplicar-lhe aqueles cremes bem cheirosos foi outro martírio, quer para a pequena criatura quer para nós.
Comer a sopa… Nem vale a pena comentar, já que não houve, sequer, uma colher que a cria engolisse de bom grado e o berreiro assemelhava-se mais aos guinchos dum porco que se vê encurralado por algum predador.
Ao ver aquela carinha linda encarnada que nem um tomate maduro e ensopada de tantas lágrimas, parei com a angústia e meti a pequena criatura na cama, enquanto fui ao frigorífico buscar o antibiótico que está a tomar.
Se tanto, demorei um minuto, o tempo necessário para a bebé adormecer ferrada.
Lá a tive que acordar para, pensava eu, mais um número de loucura para tomar o remédio.
Engano puro, uma vez que a cria sorriu, abriu a boca, engoliu, de bom grado, a colherada de antibiótico e deixou-se cair na cama, com o dedo na boca e agarrada à fralda, para voltar a adormecer passados poucos segundos.
Afinal de contas, parece que tudo não passou de uma birra de sono… Violenta, sem dúvida, mas uma simples birra de sono.
Nota – Também publicado no blog do papá
21 fevereiro 2007
Gostamos de cuscar
O meu pai não bate bem...
A minha mãe, quando se apercebeu, desatou aos berros a dizer que ele é maluco, mas ele diz que se faz bem à minha cria, também me faz bem a mim.
Em todo o caso, a tosse do papá está bastante melhor.
Assin. – A Cria
Regresso
Logo de manhã, deu para ver que já tinha saudades de todo aquele reboliço e os sorrisos que esboçou mostraram que se sente bem naquele espaço.
20 fevereiro 2007
18 fevereiro 2007
Mais uma birra
A filhota detesta o supositório Benuron.
De certeza não única.
Dentes
16 fevereiro 2007
Carnaval
A cria vai mascarar-se de doentinha e os pais vão-se mascarar de médicos.
A febre já baixou, mas a tosse, os espirros e a inevitável ranhoca continuam…
Assim sendo, o primeiro Carnaval da vida da nossa cria vai por água abaixo.
15 fevereiro 2007
A febre de quinta de manhã
Este sobe e desce da febre é tramado e dá cabo boa disposição da bebé, mas, pelo que já me disseram, é normal nestas idades, sobretudo, com a instabilidade que se verifica na meteorologia e com o surto de constipações que paira no ar.
Raios partam estes vírus demoníacos que andam a atazanar a saúde da populaça infantil.
14 fevereiro 2007
Arte ou desporto?
Por um lado, acho que pode ser considerada como uma arte, já que é preciso paciência, habilidade e mão firme, à semelhança dum escultor que vai aperfeiçoando a sua obra.
Por outro lado, vem ao de cima a minha veia desportiva, e trato a mudança da fralda como um desafio, contra relógio, que pode ser melhorado, à décima de segundo, cada vez que tem lugar.
Febre!
Alimentação
Ontem experimentou ameixas e, ainda que misturadas com banana, a bebé parece ter gostado do sabor. Hoje é dia de experimentar grão.
Ora, os papás já têm aprendido umas coisas e, neste particular, decidimos não arriscar.
Como o grão é bem conhecido pelo efeito que provoca nos intestinos, levando à criação massiva de gases mal cheirosos, vulgo peidos, a experiência vai ter lugar no infantário, ainda que sem o conhecimento prévio das educadoras.
13 fevereiro 2007
Curiosidades recentes
Como ainda não usa escova de dentes, artefacto extremamente útil e que estamos, seriamente, a pensar comprar, os pais, inconscientes, ainda vão lavando as dentolas da cria com o dedo mindinho.
Ora, num destes dias, a pequena gozona não se fez rogada e, após
Diz o ditado que quem ri por último, ri melhor e, neste caso, até podia ser eu o último a rir.
Mas não se iludam, porque nós também não...
Definitivamente, a cria decidiu que chegou a altura de pregar uns sustos aos pais e, desta feita, lá deu mais uma violenta cabeçada no chão, numa daquelas tentativas de gatinhar mais apressadamente.
Esqueceu-se de duas coisas:
Primeiro, gatinhar com pressa exige uma coordenação perfeita de movimentos e uma perícia que, aparentemente, ainda não tem.
Segundo, gatinhar depressa numa superfície aderente e numa superfície derrapante são duas coisas completamente diferentes, e fazer este tipo de experiências num chão de mármore não é lá muito aconselhável.
Durante o repasto matinal, uns cereais engolidos à pressa e meia litrada de leite frio, dirigi-me ao quarto da cria para avaliar o seu estado, enquanto ela esperava, pacientemente, que os pais se acabassem de arranjar.
Olhei para dentro da cama de grades e a surpresa foi grande.
"Mulher… Ó mulher!" – Gritei, alto e bom som, para poder ser ouvido no outro extremo do casarão – "Antã, que porra, nã vestiste as calças à filha?"
Mais alguns meses
Desta vez, começo por onde, normalmente, termino… Os famosos cheirinhos, que continuam a surpreender quem já devia estar mais do que habituado.
A verdade é que já não falo em cheiro, mas, sim, cheiros pestilentos que, à semelhança do que acontece connosco, adultos, conforme ingerimos uma boa feijoada ou um bife do lombo, variam consideravelmente.
E o pior cheiro, no caso da pequena cria, é, sem dúvida, o que deriva da deglutição da sopa com carne de borrego.
Infelizmente, os pediatras aconselham este tipo de carne. Caso contrário, é garantido que o borrego já tinha sido banido da dieta alimentar da nossa filha.
O dia-a-dia da pequena criatura não se alterou muito durante este ultimo mês e o infantário é um dos seus locais predilectos.
Vê-se que fica contente quando a largamos nos braços das educadoras e curiosa em ver qual o motivo da algazarra matinal na sala ao lado do hall de entrada da escola.
A interacção com tudo e com todos continua a ser um dos pontos fortes da bebé e no nosso caso, como pais, não há nada melhor do que o sorriso de orelha a orelha quando nos vê.
Seja a que hora for, a pequena criatura olha sempre para nós com um sorriso duma espontaneidade impressionante.
A interacção passa, também, pelos momentos que passa a brincar com a bonecada e é gratificante ver como palra, sozinha, com cada coisa que agarra.
Quanto à saúde, este último mês não foi famoso, apesar de também não ter sido drástico…
A cria começou a ficar constipada e tem sido uma verdadeira loucura para manter o nariz desentupido e desobstruir os pequenos pulmões.
Além disso, a mania de passar a vida a balbuciar sons estranhos leva a que se babe mais do que seria de desejar, o que tem provocado verdadeiros vermelhões no queixo e nas bochechas.
De resto, não nos podemos queixar, já que nem o aparecimento das duas dentolas superiores foi motivo de preocupações suplementares.
Entretanto, está confirmado… A palavra mamã continua a fazer-se ouvir e, sem dúvida, já se nota a associação da palavra à pessoa, para grande gáudio da minha mulher.
Outro motivo de júbilo passa pelas típicas palminhas. Agora, a cria acorda a bater palmas, toma banho a bater palmas, ri a bater palmas, come, muda a fralda, berra, palra e adormece a bater palmas. É palmas para tudo!
Foi um mês cheio de emoções, especialmente com a época Natalícia e de Fim do Ano a destabilizarem, um pouco, o dia-a-dia da nossa filha.
Afinal de contas, mãe e pai estiveram de férias e a pequena criatura pôde, desde já, experimentar a sensação de se baldar à escola e ficar em casa, sem horários para cumprir.
Para nós, foi motivo de orgulho, e muita baba, termos ido à primeira festa de Natal no infantário onde, pelos vistos (já que não nos foi possível assistir), a pequena criatura foi a estrela da companhia ao fazer de Menino Jesus no Presépio.
Durante este mês, a saúde andou com altos e baixos, e a bebé ora estava muito bem, ora começava cheia de tosse e ranho até dizer chega.
Conclusão: toca de adquirir, à laia de empréstimo, que estas coisas são caras, uma daquelas maquinetas que produzem vapores e verdadeiras maravilhas, no que toca ao frágil organismo.
O problema é que uma criatura deste calibre ainda não sabe escarrar e a porcaria, que acaba por se soltar à custa de tanto vapor, tem que sair por algum lado, a saber, ou na bosta, que persiste em ter um cheirinho de deixar qualquer um mal disposto, ou, então, sai por cima e, nesse caso, a criança aproveita a tosse provocada por uma engasgadela ao comer a sopa para vomitar e livrar o organismo daquela matéria nefasta.
Porcaria aparte, a vida continua cheia de boa disposição, com a curiosidade nata em agarrar e analisar tudo aquilo a que consegue deitar a mão (bochechas e nariz do pai incluídos), com a produção e estudo de novos sons (por vezes estridentes) e com novas birras, quando chega a hora de comer e de dormir.
A propósito de dormir, a cria tem vindo a adoptar umas posturas meio alucinadas que, segundo outras fontes, são normais nestas idades e, por vezes, damos com ela completamente atravessada na cama, com os pés na almofada ou a dormir de joelhos, como quem está a gatinhar.
Mas uma coisa, à qual se habituou desde mais tenra idade, não pode faltar: a fralda de pano, que agarra com unhas e dentes, enquanto chucha no polegar.
Entretanto, surgem novas expressões faciais, associadas a olhares de surpresa, e certa indignação, cada vez que tenta gatinhar e se apercebe que ainda não consegue.
O palranço continua, forte e bem audível, mas aquela palavra que tanto anseio ouvir, clara e convenientemente, ainda não passa dum pá muito fechado e muito tímido.
Há 10 meses atrás, lá estava a minha querida mulher deitada numa daquelas camas manhosas, típicas dos hospitais, a contorcer-se com dores e contracções, mas, ainda, sem hora prevista para o esperado acontecimento.
Hoje olhamos para trás e vemos que a cria cresceu muito rapidamente, talvez rápido demais, sem nos dar a oportunidade de aproveitar ainda melhor todos os momentos destes 10 meses.
Agora olhamos para a pequena criatura e apercebemo-nos que a nossa vida entrou numa nova fase… A fase do “não há descanso”.
Há algum tempo atrás, ainda nos podíamos dar ao luxo de deixar a bebé no meio da bonecada, enquanto tomávamos o pequeno-almoço ou lavávamos as dentolas.
Agora, é deixá-la um momento sozinha e começamos a ouvir as suas pequenas mãos a bater no soalho, num som típico que se vai tornando cada vez mais forte, à medida que gatinha na nossa direcção e que vai explorando os cantos à casa.
É de realçar que a cria se tem revelado muito esperta e com uma capacidade de aprendizagem que nos tem deixado orgulhosos, contentes e, nalgumas ocasiões, perplexos.
Digo isto porque, nesta exploração diária, é visível que já aprendeu, com tantos nãos que ouviu e algumas palmadinhas nas mãos, que, por exemplo, as tomadas da electricidade, ainda que devidamente protegidas, e os aquecimentos espalhados pela casota são locais proibidos.
Agora que já se põe em pé sozinha, a cama de grades tornou-se num dos seus locais predilectos e ideal para que os pais possam desfrutar de alguns momentos de repouso, enquanto a pequena criatura se entretém a ensaiar os primeiros passos.
O palranço continua e, finalmente, a palavra papá já se tornou mais audível e perceptível, além de outros grunhidos que devem ter muito significado naquela cabecinha mas que são totalmente desconhecidos para os pais.
De resto, a vida da pequena criatura continua normal, com as inevitáveis birras, agora mais frequentes e para as quais já tínhamos sido avisados, um gosto desmesurado pelo momento do banho e o infantário, com todas as traquinices associadas que nos são relatadas ao fim de cada dia.
Como não podia deixar de ser, uma última consideração sobre o funcionamento perfeito dos pequenos, mas eficazes, intestinos...
Alguns meses
Em primeiro lugar, o tempo. Nunca na vida tinha desejado que o dia tivesse mais umas horas extra, mas a verdade é que 1.440 minutos sabem a pouco.
A criança cresce a um ritmo alucinante e todos os momentos deviam ser mais longos, de modo a poder desfrutar mais dum crescimento que, tantas vezes, parece ser excessivamente rápido.
Além disso, mais umas horas de sono não faziam mal nenhum.
Em segundo lugar, as novidades. Todos os dias a bebé nos oferece algo diferente. Uma reacção, um olhar, uma expressão, uma mijadela inesperada, enquanto mudamos a fralda, ou um cheiro diferente, provocado por uma série interminável de gases que persistem em sair do seu sedoso rabinho.
Depois vêm as mudanças no dia-a-dia do casal. Tudo se altera, e passamos a viver, em grande parte, dependentes da pequena criatura que requer toda a nossa atenção. Horários é coisa que deixa de existir, pelo menos nos primeiros tempos. As mudanças de fraldas, as refeições da bebé, os arrotos e as indispensáveis birras, antes de adormecer, passaram a moldar o nosso tempo.
Mas esta retrospectiva pode resumir-se em duas palavras: alegria e felicidade.
Alegria, porque, apesar dos problemas do quotidiano, encaro a vida de uma maneira diferente, só de pensar que sou presenteado, a todo o momento, com dois enormes sorrisos: o da mãe e o da filha.
Felicidade, porque é disso que se trata quando sinto que somos uma família unida e cheia de cumplicidade, dispostos a dar e receber tudo o que a vida tem de bom para nos oferecer.
Nota:
A bebé faz 5 meses e, tal como já nos tinham avisado, o ritmo das nossas vidas tem sido uma verdadeira loucura, apesar das noites bem dormidas. Uma verdadeira loucura com os horários do banho e das refeições, com as mudanças, tantas vezes inesperadas, das fraldas, com a luta que a cria persiste em ter contra o sono e com o choro birrento que, por vezes, incomoda por não sabermos o que é que a bebé quer.
Mas há sempre qualquer coisa que se sobrepõe às adversidades deste ritmo alucinante. As expressões da cria, associadas ao olhar carinhoso e ao sorriso constante, as brincadeiras e a interacção existentes mostram que a bebé está feliz e, para nós, isso é o que há de mais importante.
Para memória futura, aqui ficam alguns dados relevantes:
- A cria já começa a aguentar ficar sentada sozinha e mostra uma grande tendência para começar a gatinhar.
- Os primeiros dentes apareceram, muito sorrateira e rapidamente.
- A transição para as papas e sopas decorreu sem sobressaltos e, apesar de algumas expressões de arrepio em relação a alguns dos novos sabores, a coisa até correu melhor do que esperávamos.
- Durante o banho, a cria adora sentir a água do chuveiro a fazer-lhe cócegas na barriga.
- O “palranço” é cada vez maior e mais diversificado, como quem tem grandes conversas com quem a rodeia.
Mais um mês que passou e a cria celebra, hoje, meio ano de vida.
Neste último mês pouco mudou na rotina do dia-a-dia, a não ser a felicidade e o orgulho dos pais, cada vez mais babados e entusiasmados com as peripécias e novidades com que a pequena criatura nos brinda todos os dias.
O banho começa a ser uma verdadeira dor de cabeça, tal é o à vontade da bebé em relação à água cheia de espuma. Toma ela banho e aproveita para dar banho a tudo o que encontra à sua volta, pais incluídos. E ainda não se consegue sentar na pequena banheira…
O palranço e os gritinhos de expressão são, cada vez mais, reveladores da genica e da forte personalidade que a pequena cria começa a evidenciar, ao mesmo tempo que, observadora e curiosa, segue todos os pequenos movimentos do mundo que a rodeia e quer agarrar todas as novidades que estejam ao alcance das suas pequenas manápulas.
Dizem os entendidos nestas coisas de bebés que a pequena criatura está, em muitos aspectos, bastante desenvolvida para o tempo de vida que tem.
Os pais, babados, ouvem e aceitam, de bom grado e muito orgulhosos, estas sábias opiniões.
Fiquem os leitores sabendo que a pequena criatura passa a vida muito bem disposta, excepto, como é óbvio e natural nestas idades, por ocasião das inevitáveis birras, normalmente derivadas da luta contra o sono. Irrequieta, curiosa e risonha, a bebé está cada vez mais interactiva com o mundo que a rodeia.
A propósito de birras, foi durante estes típicos fenómenos que já se ouviu, distinta e quase perfeitamente, o som da palavra mamã. Pensamos que ainda é cedo, mas será que a pequena criatura já se apercebeu e já faz a ligação da palavra à pessoa?
No infantário é uma verdadeira terrorista e, neste caso, ainda bem, já que é a única rapariga no berçário, contra alguns cinco rapazes, e o instinto de auto defesa tem que estar sempre bem presente. Já em casa, a palavra terrorista aplica-se durante as brincadeiras a que se dedica enquanto está no parque, ou no tapete colorido que enfeita o chão do quarto, rodeada de bonecos, rocas e afins que persiste em agitar freneticamente de modo a proporcionar um chinfrim infernal.
Agora que começa a ficar sentada durante bastante tempo sem cair, tipo boneco de trapos, a cria passou usar a cadeirinha de refeições (o que proporciona mais situações caricatas e hilariantes) e o banho passou a assumir outra importância, com o emblemático chapinhar na espuma a ser mais um motivo de brincadeira para a bebé.
Recentemente, mais uma nova etapa na vida da famelga, com a mudança de poiso para dormir.
Apesar de já repousar, há alguns meses, no próprio quarto, desta vez foi a passagem do berço para a cama de grades que envolveu algumas artimanhas, uma vez que, até adormecer, a criatura persiste em fazer inúmeros exercícios de ginástica e acaba, inevitavelmente, por ficar atravessada na cama ou, inclusive, virada ao contrário.
Em relação ao assunto ao qual fiz mais referências em posts anteriores sobre a nossa filha, não vale a pena, como se costuma dizer, bater mais no ceguinho… Aquele cheirinho divinal passou a fazer parte do nosso quotidiano.
12 fevereiro 2007
O começo
Como já lá vão dez meses, aqui ficam alguns dos textos publicados no blog do pai de modo a não perder o fio à meada...