21 outubro 2008

Uma manhã muito diferente

Sempre que tenho que vir para Lisboa com os papás, por exemplo, por ser dia de médico, o normal é ir para o escritório da mamã e passar lá umas horas antes dos outros afazeres.

Hoje, o dia foi completamente diferente e, pode-se assim dizer, uma verdadeira aventura para mim e para os papás, e, para não ter que estar aqui a escrever um enorme testamento, passo a enumerar os pontos principais que a compuseram.

- Ao contrário do que é costume, os papás decidiram, depois de, ontem, termos tido uma conversa a três, ir de comboio, em plena hora de ponta, em vez de levar o popó.

- Depois da mamã sair, numa estação antes da nossa, saí com o papá na estação de Entrecampos e fomos a pé para o trabalho do papá, ou seja, uns quantos quarteirões que são uma distância considerável para uma bebé, como eu.

Foi uma animação matinal, andar a correr pelo passeio fora, muito atenta aos aviões que iam passando, aos pombos que se atravessavam à minha frente e aos popós.

- No trabalho do papá portei-me, segundo ouvi dizer, muito bem, a fazer os meus desenhos, a levar papeis dum lado para o outro, a ver umas fotos com o Ócas e com a Isabel, que, além disso, ainda me deu umas bolachinhas muito boas.

O único trabalho suplementar que dei ao papá foi um cocó na fraldinha, prontamente resolvido na sala de reuniões, que foi fechada, durante uns quantos minutos, para servir de fraldário.

Para quem tem bebés da minha idade, nem vale a pena tecer comentários sobre o cheirinho que ficou impregnado na referida sala de reuniões…

- Chegada a hora, dei beijinhos a todos e lá fomos, outra vez passeio fora, ter com a mamã para ir para o médico.

Fomos num popó diferente, com uma cor de cocó deslavado, com um senhor, que eu nunca tinha visto mais gordo, a guiar, enquanto que eu ia, com os papás, no banco de trás.

Uma coisa esquisita, porque não havia a minha cadeirinha, nem o cinto de segurança e porque nunca tinha visto a mamã e o papá, os dois ao mesmo tempo, no banco de trás.

- No médico correu tudo às mil maravilhas e, depois de me auscultar, dar aquelas pancadinhas na barriga, ver os dentes, os ouvidos e toda a panóplia normal de coisas que os médicos fazem, o senhor doutor disse que eu estou nos conformes e elogiou o meu crescimento, o que deixou os papás muito contentes e, especialmente a mamã, descansados.

- Depois do médico, fomos à procura dum restaurante para papar qualquer coisa e, no meio da minha pressa, espalhei-me ao comprido no passeio.

Nada de grave, mas deu para fazer um pequeno dói-dói no meu joelho, prontamente limpo e desinfectado com saliva do papá, que mais parecia um cão a lamber a cria, ali no meio da rua, enquanto as pessoas passavam por nós com um ar de quem devia pensar que somos malucos.

- Depois do almoço, fomos – desta vez com um cocó a importunar-me o meu bem-estar – andar, outra vez, de comboio, rumo a casinha.

Ainda pensei que íamos os três, como de manhã, só que, desta feita, foi a vez do papá sair antes, porque tinha que voltar ao trabalho, e deixar-me com a mamã.

- Depois da viagem de regresso e de meio dia tão atribulado, com comboios, esteiras e escadas rolantes, grandes caminhadas, baptismo de táxi, médico e dói-dóis, cheguei a casinha e depois deste, afinal, testamento, adormeci ferrada, na companhia da mamã.

A Cria

1 comentário:

sandra.am.silva disse...

:)
Foi um meio dia diferente, cheio de coisas novas e primeiras vezes e muito divertido!
E estás óptima Joaninha!
:)
Beijo grande para ti!
Beijo, beijo, beijo

Sandra e Afonso
www.bebeafonsinho.blogspot.com