Como já se sabe, as férias começaram, verdadeiramente, no dia 15 de Agosto, quando os papás arrumaram as traquitanas todas, encheram o porta-bagagem da carrinha de malas, sacos e saquetas – grande parte por minha causa – e seguimos para Sesimbra.
Daí até ao fim das férias, exceptuando um ou dois dias em que o tempo não esteve grande coisa e um dia que tivemos que vir a Lisboa, a nossa vida passou a ser praia.
Os papás ainda se assustaram, logo no primeiro dia, quando se aperceberam que a minha vontade de ir para dentro de água não era igual à do ano passado nem, tão-pouco, à que já tinha demonstrado este ano na praia do Magoito.
Sol de pouca dura, claro está, porque bastou-me perceber que aquele mar de Sesimbra é o ideal para as minhas brincadeiras para não mais dar descanso aos papás, e nem mesmo algumas quedas redondas dentro de água, com uma ondinha a enrolar-me, me demoveram dos meus propósitos bem dispostos.
Descanso, só mesmo quando os papás viam que eu já estava a tremer de frio e com os lábios roxos e o papá me levava a dar um verdadeiro mergulho, a modos que forçado… Aí, era eu mesma que pedia a chucha e a fralda para descansar um bocadinho debaixo do chapéu-de-sol.
Chapéu-de-sol, diga-se de passagem, indispensável nestas férias, porque os papás não ligaram a ponta dum rabinho aos horários mais ou menos nefastos para estar na praia.
Íamos sempre tarde e a más horas, mas serviram, sem dúvida, o creme com factor máximo de protecção que a mamã me punha, pacientemente, todos os dias e, lá mais para os últimos dias, quando já estava com uma corzinha morenaça, o Piz Buin da mamã com um factor de protecção menor.
A coisa resultou, porque ninguém apanhou escaldões nem nada que se parecesse, e tinha mesmo que resultar porque andávamos sempre dentro de água, de modo a estarmos permanentemente fresquinhos e com as moleirinhas molhadas.
O papá, no entanto, deve ter abusado nos primeiros dias, já que nem sempre andava com a carola molhada, e isso afectou-lhe a moleirinha, de tal modo que, num dos dias, saímos da praia, fomos comprar carninha para fazer um belo dum churrasco e, ao chegar a casa, o tonto do papá esqueceu-se das chaves de casa dentro do popó que, entretanto, já estava a descansar na sombrinha da garagem fechada.
Não deve ser difícil, para quem conhece a família e está a ler esta narrativa, imaginar o que aconteceu quando o papá se apercebeu da embrulhada…
Os três à porta do prédio, com os sacos das compras e das traquitanas da praia às costas, a olhar uns para os outros com um ar meio incrédulo pelo que nos estava a acontecer.
A mamã desesperada com calor, sede e fome e com vontade de atirar com alguma coisa à cabeça do papá;
Eu, sem ligar muito à situação, a cirandar, dum lado para o outro, pela rua fora;
O papá, pachola, a tentar fazer ver à mamã que o que está feito, feito está, e que só tínhamos que arranjar uma solução para entrar na garagem e ir buscar a chave de casinha.
Chaves… Só as da carrinha. As restantes chaves (garagem pela frente, garagem pelas traseiras, casinha e porta do prédio) ficaram todas dentro do popó.
Telemóveis… Em casa, porque férias são férias e os papás nem levaram os ditos para a praia.
Janelas todas fechadas e, mesmo que não estivessem, não adiantava de nada entrar em casinha porque a porta continuava fechada à chave.
Enfim… Uma grotesca e mirabolante conjuntura que ficou resolvida com um telefonema para o avô V., através dum telemóvel dum vizinho que assistia à situação familiar com um sorriso malicioso nos lábios.
Com a avó no hospital, a recuperar duma pequena cirurgia, o avô lá veio jantar connosco e trazer a chave da casota, mas o mais caricato foi que a chave dum outro vizinho, que entretanto chegou a casa, abriu a porta traseira da nossa garagem, poucos minutos antes do avô chegar, vindo, propositadamente, de Lisboa…
A Cria
Daí até ao fim das férias, exceptuando um ou dois dias em que o tempo não esteve grande coisa e um dia que tivemos que vir a Lisboa, a nossa vida passou a ser praia.
Os papás ainda se assustaram, logo no primeiro dia, quando se aperceberam que a minha vontade de ir para dentro de água não era igual à do ano passado nem, tão-pouco, à que já tinha demonstrado este ano na praia do Magoito.
Sol de pouca dura, claro está, porque bastou-me perceber que aquele mar de Sesimbra é o ideal para as minhas brincadeiras para não mais dar descanso aos papás, e nem mesmo algumas quedas redondas dentro de água, com uma ondinha a enrolar-me, me demoveram dos meus propósitos bem dispostos.
Descanso, só mesmo quando os papás viam que eu já estava a tremer de frio e com os lábios roxos e o papá me levava a dar um verdadeiro mergulho, a modos que forçado… Aí, era eu mesma que pedia a chucha e a fralda para descansar um bocadinho debaixo do chapéu-de-sol.
Chapéu-de-sol, diga-se de passagem, indispensável nestas férias, porque os papás não ligaram a ponta dum rabinho aos horários mais ou menos nefastos para estar na praia.
Íamos sempre tarde e a más horas, mas serviram, sem dúvida, o creme com factor máximo de protecção que a mamã me punha, pacientemente, todos os dias e, lá mais para os últimos dias, quando já estava com uma corzinha morenaça, o Piz Buin da mamã com um factor de protecção menor.
A coisa resultou, porque ninguém apanhou escaldões nem nada que se parecesse, e tinha mesmo que resultar porque andávamos sempre dentro de água, de modo a estarmos permanentemente fresquinhos e com as moleirinhas molhadas.
O papá, no entanto, deve ter abusado nos primeiros dias, já que nem sempre andava com a carola molhada, e isso afectou-lhe a moleirinha, de tal modo que, num dos dias, saímos da praia, fomos comprar carninha para fazer um belo dum churrasco e, ao chegar a casa, o tonto do papá esqueceu-se das chaves de casa dentro do popó que, entretanto, já estava a descansar na sombrinha da garagem fechada.
Não deve ser difícil, para quem conhece a família e está a ler esta narrativa, imaginar o que aconteceu quando o papá se apercebeu da embrulhada…
Os três à porta do prédio, com os sacos das compras e das traquitanas da praia às costas, a olhar uns para os outros com um ar meio incrédulo pelo que nos estava a acontecer.
A mamã desesperada com calor, sede e fome e com vontade de atirar com alguma coisa à cabeça do papá;
Eu, sem ligar muito à situação, a cirandar, dum lado para o outro, pela rua fora;
O papá, pachola, a tentar fazer ver à mamã que o que está feito, feito está, e que só tínhamos que arranjar uma solução para entrar na garagem e ir buscar a chave de casinha.
Chaves… Só as da carrinha. As restantes chaves (garagem pela frente, garagem pelas traseiras, casinha e porta do prédio) ficaram todas dentro do popó.
Telemóveis… Em casa, porque férias são férias e os papás nem levaram os ditos para a praia.
Janelas todas fechadas e, mesmo que não estivessem, não adiantava de nada entrar em casinha porque a porta continuava fechada à chave.
Enfim… Uma grotesca e mirabolante conjuntura que ficou resolvida com um telefonema para o avô V., através dum telemóvel dum vizinho que assistia à situação familiar com um sorriso malicioso nos lábios.
Com a avó no hospital, a recuperar duma pequena cirurgia, o avô lá veio jantar connosco e trazer a chave da casota, mas o mais caricato foi que a chave dum outro vizinho, que entretanto chegou a casa, abriu a porta traseira da nossa garagem, poucos minutos antes do avô chegar, vindo, propositadamente, de Lisboa…
A Cria
2 comentários:
Isso é que foram férias animadas e repletas de peripécias!
Isso é que foram férias!!!!!!!
E o que me ri com a situação da chave....
O papá a explicar-se... queria ver se fosse ao contrario....
Beijokinhas e bom regresso.
Enviar um comentário