Apesar de já não ser nenhuma novidade, reparo que há certas atitudes minhas que continuam a surpreender e a fazer sorrir, de orgulho, os papás.
Ontem, por exemplo, após uma birrinha à hora do jantar, e depois de me ter recusado comer todo o arroz de pato que tinha no meu prato, fui direitinha ao frigorífico buscar um “gutu”, mais conhecido, entre os adultos, por iogurte.
A mamã deu-me o meu gutu, o papá, que já estava a pôr a loiça na máquina, disse-me que o gutu era para ser comido sentada à mesa e, como tal, fui para o meu lugar com o gutu numa mão e a colher na outra.
Ora, enquanto esperava que alguma alminha caridosa me ajudasse a sentar no meu lugar à mesa, passou uma distracção pela minha cabeça e deu-se um pequeno incidente… Entornei um bocadinho do meu gutu.
“Olha! Olha! Oooooolha! Quíu! Gutu! (*)”, gritei eu para o papá que assistia, impávido e sereno, a toda a cena, desde o balcão da cozinha, enquanto a mamã, que, entretanto, já tinha voltado a sentar-se à mesa para comer a sobremesa, levava as mãos à cabeça, numa atitude de desespero.
“Pois é, Joana… E agora?”, perguntou-me o papá.
Face à pergunta, nem pensei duas vezes… Pus o gutu e a colher em cima da mesa (claro está que sujei a mesa, e a mamã voltou a levar as mãos à cabeça, mas isso é só um pormenor) e fui, a correr, ter com o papá a apontar para o cesto dos guardanapos.
O papá deu-me um guardanapo e voltei, sempre a correr, para junto da mamã que já se estava a preparar para limpar a porcaria que eu tinha feito no chão.
Só que eu não deixei a mamã limpar nada, ora que essa. Se eu fiz a porcaria, tem lógica que seja eu a limpar e foi isso mesmo que fiz, toda compenetrada nos meus afazeres.
Ante o olhar babado e orgulhoso dos papás, que ainda riram com a cena, limpei o gutu que estava no chão, voltei à cozinha para deitar o guardanapo no caixote do lixo e, só depois, voltei para a mesa para comer o que restava do meu gutu.
A Cria
(*) Para os menos entendidos na maravilhosa arte que é a linguagem dos bebés, a tradução é “Olha! Olha! Oooooolha! O iogurte caiu!”
Ontem, por exemplo, após uma birrinha à hora do jantar, e depois de me ter recusado comer todo o arroz de pato que tinha no meu prato, fui direitinha ao frigorífico buscar um “gutu”, mais conhecido, entre os adultos, por iogurte.
A mamã deu-me o meu gutu, o papá, que já estava a pôr a loiça na máquina, disse-me que o gutu era para ser comido sentada à mesa e, como tal, fui para o meu lugar com o gutu numa mão e a colher na outra.
Ora, enquanto esperava que alguma alminha caridosa me ajudasse a sentar no meu lugar à mesa, passou uma distracção pela minha cabeça e deu-se um pequeno incidente… Entornei um bocadinho do meu gutu.
“Olha! Olha! Oooooolha! Quíu! Gutu! (*)”, gritei eu para o papá que assistia, impávido e sereno, a toda a cena, desde o balcão da cozinha, enquanto a mamã, que, entretanto, já tinha voltado a sentar-se à mesa para comer a sobremesa, levava as mãos à cabeça, numa atitude de desespero.
“Pois é, Joana… E agora?”, perguntou-me o papá.
Face à pergunta, nem pensei duas vezes… Pus o gutu e a colher em cima da mesa (claro está que sujei a mesa, e a mamã voltou a levar as mãos à cabeça, mas isso é só um pormenor) e fui, a correr, ter com o papá a apontar para o cesto dos guardanapos.
O papá deu-me um guardanapo e voltei, sempre a correr, para junto da mamã que já se estava a preparar para limpar a porcaria que eu tinha feito no chão.
Só que eu não deixei a mamã limpar nada, ora que essa. Se eu fiz a porcaria, tem lógica que seja eu a limpar e foi isso mesmo que fiz, toda compenetrada nos meus afazeres.
Ante o olhar babado e orgulhoso dos papás, que ainda riram com a cena, limpei o gutu que estava no chão, voltei à cozinha para deitar o guardanapo no caixote do lixo e, só depois, voltei para a mesa para comer o que restava do meu gutu.
A Cria
(*) Para os menos entendidos na maravilhosa arte que é a linguagem dos bebés, a tradução é “Olha! Olha! Oooooolha! O iogurte caiu!”
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