25 fevereiro 2009

Ralhete

Há, sempre, pequenas coisas que o papá deixa para fazer depois do jantar, numa de fechar o dia, como verificar se a porta e as janelas estão fechadas, televisão e outros aparelhos desligados e comandos arrumados, e organizar o dia seguinte.

Hoje não dei pápa aos peixinhos e deixei, inconscientemente, essa tarefa para o papá, enquanto corri para a caminha dos papás para ficar, muito entretida com a mamã, a ler um livro novo do Pipú (Winnie, the Pooh).

De repente, o pai entrou pelo quarto adentro, com um saco de plástico que tinha uma coisa amarela, tipo pápa, lá dentro, a perguntar se eu sabia o que era aquilo e de onde é que o papá tinha tirado aquela coisa…

Por momentos fiquei sem palavras, a olhar fixamente para o papá e a pensar onde é que me havia de meter.

Com um ar muito envergonhado e com vontade de me esconder dentro dos lençóis, lá respondi que a bolacha estava dentro do aquário, o que provocou um descomunal ataque de riso à mamã, enquanto o papá fazia um esforço imenso para manter o ar sério e não desatar, também ele, a rir.

A mamã lá parou com a risota e chegou à conclusão que, enquanto estava atarefada na cozinha, me tinha dado uma bolachinha para entreter o estômago, bolachinha essa que decidi partilhar com os meus peixinhos, sem dizer nada a ninguém.

O papá ralhou comigo e já me disse que só posso dar pápa aos peixinhos na companhia dele ou da mamã e que não posso dar bolachas, porque pode fazer muito mal à barriga dos peixinhos que depois ficam doentes.

Aprendi a lição e acenei com a cabeça, enquanto disse aos papás que sim, que a Joana não faz mais.

Depois dum profundo suspiro, pedi desculpa e dei um beijinho à mamã e ao papá, antes de continuar com a leitura.

A Cria

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