21 janeiro 2008

A fúria dos papás

Pois é, os papás estão furiosos, danados, furibundos e todos esses adjectivos que demonstram um estado de espírito de quem não gosta ou não está de acordo com alguma coisa.

Não é comigo, não, porque eu sou bebé e, apesar de achar que já não tenho que comer na cadeirinha de refeições e exigir comer sentada à mesa, como as crianças mais velhas e os adultos, continuo a fazer as coisas típicas de quem ainda não tem dois anos.

Os papás estão, isso sim, danados com o avô A. porque ele ofereceu-me uma caixa de canetas de feltro, daquelas com montes de cores.

Ora, segundo os papás, canetas de feltro são para bebés mais velhos do que eu e que já têm plena consciência de que estes artefactos são para ser usados com contenção e, exclusivamente, em folhas de papel.

Ainda que eu adore estar sentada, muito tranquila, a fazer os meus “desenhos”, para mim, uma caneta de feltro continua a ser um brinquedo como qualquer outro, que eu atiro para o chão, que arrumo e desarrumo vinte vezes em 15 minutos e que serve para andar dum lado para o outro, como se de um boneco se tratasse.

Tendo em conta esta premissa paternal, escusado será dizer que a mesa de apoio da sala conta já com meia dúzia de riscos coloridos, algumas peças de roupa têm novos padrões de cores, as minhas pequenas mãos estão bem mais coloridas e até as minhas bochechas ganharam uns risquinhos.

Depois da repreensão sobre os riscos que fiz na parede, ainda estou a pensar se me atrevo a fazer alguma coisa, digamos que discreta e junto ao rodapé que acompanha o soalho, com estas canetas.

É que a curiosidade é grande e o papá já disse que, se por acaso eu riscar alguma parede, aquilo vai ser difícil de sair e vai obrigar o avô a andar de cu para o ar, a limpar a parede com um trapo embebido em lixívia até que aquilo saia tudo.

Assin. – A Cria

3 comentários:

Maraffaada disse...

Perfeitamente compreensível, a fúria! As canetas provocam estragos pois as criaturinhas ainda não percebem que as mesmas só devem ser usadas para um único fim (as folhas de papel) e não todo e qualquer objecto, parede, ou afins que lhe apareça à frente... Para não falar no perigo de as porem na boca...
Espero que a Joaninha já esteja melhor!
Beijinhos

Terra Mãe disse...

Bem, eu estou mais do lado dos avôs. Nada como arranjar umas canetas laváveis e que não fazem mal á pele nem á barriguinha. Conheço quem comprou um rolo de papel para forrar as paredes para deixar a criança explorar o que lhe vai na cabeça. Desculpa por estas sugestões/intromissões. A propósito, eu já tenho as minhas paredes com intervenções artísticas do mais novo!

Os Papás disse...

Olá, Maria João.

Antes de mais, não há nada a desculpar pela “intromissão”, ora que essa.

Os blogs são para isto mesmo.

Até poderíamos estar, minimamente, de acordo com o avô se, realmente, as malditas canetas fossem apropriadas para crias de 2 anos…

O pior é que não são e lá tivemos que andar a lavar aquelas pequenas mãozitas com álcool até ficarem mais apresentáveis.

Quanto a forrar a parede, nem pensar nisso seria bom.

Isso seria, no mínimo, contraproducente e quase como dizer que a parede é para ser utilizada como um bloco de papel cavalinho…

Aliás, com o jeitinho que a Joana tem demonstrado para a pintura e para os rabiscos, não tardávamos em ter a casota decorada estilo “grafitti”.

E, agora, vamos nós “intrometermo-nos” no vosso blog…

Beijinhos dos papás e da Joana