30 novembro 2008

Peter Pan

É um rapazinho endiabrado e mais irrequieto do que eu, que teima em não crescer e vive na Terra do Nunca, um mundo de fantasia, na companhia dos Meninos Perdidos e da fada Sininho.

Uma noite, Peter Pan leva os irmãos Wendy, Michael e John até à Terra do Nunca e, aí, começam as aventuras que os levam a explorar a ilha, a conhecer os segredos do esconderijo de Peter e a lutar contra os piratas, comandados pelo Capitão Gancho, que perdeu uma mão.

A história do Peter Pan é muito engraçada e gira de ver no teatro, depois dos papás já me terem lido o livro e termos visto os bonecos.

Mas quando cheguei a casinha, e contei aos papás o meu dia no teatro, só dizia que o Peter Pan estava triste, a chorar e que tinha uns amigos.

A Cria

28 novembro 2008

Teatro

Hoje vou ao teatro, ver o Peter Pan, com os meus amiguinhos da escola, e estou toda entusiasmada com a ideia.

Amanhã conto como foi e se saí a voar com aquele menino mais irrequieto do que eu.

A Cria

Parabéns aos papás

Os meus papás celebram, hoje, cinco anos de muita felicidade.

Para eles, os melhores papás do mundo e arredores, um monte de beijinhos de Parabéns, da filhinha que os adora!

A Cria

27 novembro 2008

Assino já!

Andam, por aí, vários médicos pediatras a promover o movimento "Em Defesa dos Hospitais Pediátricos no País" e um segundo abaixo-assinado, no qual apelam à construção, em Lisboa, de uma unidade de saúde só para pequenas criaturas.

O novo movimento é lançado hoje, em Lisboa, e tem como objectivo primordial manter a autonomia do Hospital Dona Estefânia, melhorando as actuais condições desta unidade hospitalar especializada.

Este novo movimento volta a insistir, depois da entrega, em Outubro, de 76.000 assinaturas ao Presidente da República, na necessidade da independência do hospital pediátrico, em vez da sua integração num hospital de adultos, ao contrário do que defende a Ministra da Saúde.

Diz a senhora que “a bem da saúde da criança é muito importante que um hospital de pediatria esteja, hoje, ao nível de um hospital geral, com um serviço de qualidade, bem identificado, atendimento à criança como um serviço completamente isolado e separado dos adultos, mas em que os profissionais possam partilhar algumas áreas.

Diz um dos grandes carolas em pediatria cá do burgo, o Professor Gentil Martins, que se pretende um hospital novo, ultra moderno, autónomo e que se situe ao lado dum hospital de adultos, já que há toda a vantagem em existir uma intercomunicação fácil, não querendo isto dizer que a pediatria esteja misturada com os adultos.

Num passado recente, por razões totalmente diferentes, recorremos aos serviços do Dona Estefânia e aos serviços de pediatria do Amadora-Sintra, ambos com um atendimento impecável e relativamente célere.

No entanto, a experiência vivida no Amadora-Sintra mostra bem o que se pretende com a existência de unidades de pediatria separadas dos hospitais, digamos, gerais, ao contrário do que defende a senhora ministra com essa história dos profissionais poderem partilhar algumas áreas.

Além disso, e mais este aparte, por alguma razão os profissionais pediátricos enveredaram por essa vertente da medicina, em vez de seguirem clínica geral.

Voltando aos serviços hospitalares, ainda que existam, no Amadora-Sintra, uma entrada, uma sala de espera e gabinetes de consulta perfeitamente diferenciados, tudo decorado a preceito para manter os mais pequenos no seu ambiente, a pequena cria viu-se encaminhada para a ala dos adultos na hora de lhe coser a queixola, numa clara situação da tal partilha de algumas áreas.

Aí, tudo se modificou e, ainda que acompanhada pelos pais, a criança deu de caras com um ambiente que, por vezes, até a nós, adultos, pode fazer alguma confusão ao espírito.

Basta referir que, na sala de espera para a micro cirurgia, havia um jovem com uma ligadura totalmente ensanguentada a envolver-lhe a carola, um senhor de meia idade com um pé inchado que mais parecia um melão, duas velhas a gemer com dores físicas e psicológicas e um gajo que, cada vez que tossia, deitava cá para fora, para dentro dum recipiente mas à vista de todos, umas bostas amareladas raiadas de encarnado.

No meio daquilo tudo, nós, os pais, a tentar desviar, com custo, a atenção da pequena cria que não desviava o olhar da cabeça ensanguentada e que se punha a gritar “Olha! Olha!” cada vez que o mancebo do lado escarrava.

E se aquela merda, a mim, que nem sou nada impressionável com estas coisas, me incomodava, imagino o que é estaria a passar pela cabeça duma criança de dois anos e meio, altura em que atravessam uma daquelas fases ávidas de curiosidade e respostas.

Acredito que a experiência da pseudo sutura podia ter sido muito mais agradável, especialmente para a Joana, se não tivesse que estar à espera da sua vez no meio dum ambiente daqueles e considero que o tal movimento tem toda a razão e que existem, efectivamente, situações em que é de toda a conveniência, e tem toda a lógica, que exista uma separação cabal entre pequenas criaturas e os adultos.

Nem quero imaginar, por exemplo, que a minha filha tivesse que passar pelo trauma de ter que partilhar uma enfermaria com a Ministra da Saúde ou com o Sr. Sócrates, num qualquer hipotético episódio duma urgência hospitalar.

Se alguém souber onde se pode assinar esse manifesto, agradeço que me digam, porque, esse, assino de cruz!

O Papá

Nota – Também publicado no Sempre a Produzir

Para o meu futuro


Acho que já sei o que é que o papá está a planear deixar-me em testamento

A Cria

25 novembro 2008

Canal Boomerang

Quase adeus ao Canal Panda – que já começava a chatear à séria – e viva o Canal Boomerang, que, valha-nos isso, é do agrado de todo o agregado familiar.

Contudo, dois pequenos problemas se avizinham:

- Primeiro, este é um canal que faz parte duma grelha extra e o papá não está para pagar por mais 15 canais, só para usufruir de um, para além da outra catrefada que já se tem que pagar para não vermos nem metade.

Ou seja, quando acabar a promoção que nos foi concedida, daqui a pouco menos de um ano, o mais certo é ficarmos sem o Boomerang, a não ser que passe, entretanto, a ser incluído na grelha normal.

- Segundo, e bem mais grave, já começaram as discussões entre a mamã, que quer ver as notícias, e a pequena cria, que quer ver os desenhos animados e faz uma birra desgraçada só de ouvir a palavra telejornal.

O pai abstém-se durante alguns minutos para, depois, se pronunciar e desequilibrar um dos pratos da balança, normalmente para o lado que defende os desenhos animados.

Afinal de contas, o que é que é melhor?

Ver as desgraças que assolam o país e o mundo, as novelas dos pedófilos, das bolsas e da gasolina, as notícias dos jogadores de futebol que faltaram aos treinos e a caratonha feia da Manuela Moura Guedes – ainda que só durante alguns segundos enquanto se vai mudando de canal – ou soltar umas gargalhadas em família com as maluqueiras do Tom e do Jerry, dos Flinstones, do Scooby-Doo ou do lunático d’A Máscara?

A mamã vedeta

Pedi à minha amiga Xana para filmar um bocadinho daquela prova de popós pequeninos, há uns fins-de-semana atrás, onde os papás correram.

Desta vez, tocou à mamã ser a vedeta e lá vai ela atrás, e a aproximar-se a cada curva que passava, dum totó de capacete encarnado.

Só é pena que a mamã, quando chegava ao fim da recta da meta, começava a olhar para trás para ver se vinha alguém atrás dela que a impedisse de fazer a curva seguinte em condições…


A Cria

As botas da mamã


A Cria

24 novembro 2008

Limpeza caseira

Ontem, enquanto limpava as casas de banho cá de casa, tive a companhia da pequena cria, que me ia dando umas sugestões sobre como limpar e, sobretudo, onde limpar.

Só faltou, aliás, saltar para dentro da banheira e meter o dedo nos locais onde achava que o pano deveria passar.

Belo apoio moral.

O Papá

23 novembro 2008

Boa notícia

Depois de mais uma mudança de pensos, que duraram dois dias, os papás decidiram aliviar-me deste fardo e já ando com o meu dói-dói ao ar.

Os papás já me disseram que a ferida está fechada e devidamente sarada, se bem que ainda um pouco rosada.

Agora é só ter cuidado para não andar a roçar na roupa e deve ficar tudo bem, com um pequenina cicatriz que, dizem eles, quase não se vai notar.

A Cria

Parabéns a dobrar


Para a avó Fernanda, muitos beijinhos de PARABÉNS por este seu dia.

E para os papás, que fazem hoje cinco anos e meio desde que deram aquele beijo especial...

A Cria

18 novembro 2008

80 Aninhos

Walt Disney gostava de definir a sua carreira afirmando que “tudo começou com um rato” e, efectivamente, a sua história cruza-se com a do famoso Rato Mickey, que celebra, hoje, 80 anos.

O rato, cuja carreira começou no cinema, mas que se tornou famoso na televisão e na banda desenhada e que esteve para se chamar Mortimer, já fez um pouco de tudo, desde bombeiro a jornalista, passando por cientista e soldado, ganhou, em 1940, um Óscar com o filme “Fantasia” e foi o primeiro desenho animado a ser homenageado com uma estrela no Passeio da Fama, em Hollywood, em 1978.

Parabéns, Mickey!

Cores

Chegada a altura dos últimos preparativos, antes de sairmos de casa, vesti um blusão encarnado à Joana e, logo de seguida, vesti, também eu, um blusão da mesma cor.

Os comentários não se fizeram esperar…

É igual a Joana. A casaco da Joana é incarnado e o papá também. E as calças mamã?

Respondi-lhe que as calças são eram azuis e, logo de seguida, toda contente, perguntou-me a cor das botas da mamã.

Castanhas, filha” – respondi-lhe.

Não, papá, castanhas não!” – replicou a pequena cria – “A Joana gosta castanhas. As castanhas é para comer as castanhas!

O Papá

André Sardet

Sendo parte integrante do refrão simplista duma das novas músicas do tal de André Sardet, um verdadeiro artista português sabe-se lá aparecido de onde, assumo que “Gosto de ti” deve ser o título duma das musicas menos bem conseguidas, no panorama da musica nacional, dos ultimos tempos.

Gosto de ti daqui até à lua, gosto de ti da lua até aqui…?

Que raio de coisa mais mal engendrada, que dá toda a impressão de ter sido feita à pressão (muita pressão), como quem anda a encher chouriços.

O pior é que o Canal Panda não encontrou nada melhor para entreter as criancinhas e a filhinha já se põe a cantar a bosta da musiqueta, cada vez que aquela personagem aparece no ecrã.

O Papá

14 novembro 2008

Parabéns


Para o avô Álvaro, muitos beijinhos de PARABÉNS por este seu dia.

A Cria

A Verdade do Amor Verdadeiro

Estive a ler o blog do papá e, ainda que ele, às vezes, use uns termos menos adequados para um blog como o Traquina e Irrequieta, achei por bem publicar, com a devida autorização do papá, um post que ele escreveu, intitulado “A Verdade do Amor Verdadeiro”.

Afinal de contas, além de ser sempre bom recordar como a mamã e o papá se conheceram, há coisas que nós, ainda bebés, devemos começar a entender para que estejamos preparadas quando chegarmos a adultas…

A Cria

"Tem estado a decorrer a conferência sobre “As regras da atracção” e uma das conclusões mais badaladas é o facto das mulheres serem muito selectivas e conseguirem identificar o homem certo através do olfacto.

Se tivermos em conta o pressuposto de que o homem certo é o homem para toda a vida, esta decisão pode ser algo complicada, especialmente se atendermos ao facto de que os perfumes e colónias alteram o odor natural do elemento visado.

Trocando por miúdos, um gajo pode cheirar muito bem num determinado dia, à custa das ditas colónias e loções para a barba, emanar o seu cheiro normal noutro dia – aquele que, a meu ver, mais interessa para a mulher, por questões de futuro – ou tresandar a sovaco, porque esteve a fazer um “jogging” matinal ou, mais simplesmente, por ser um porcalhão do pénis e não tomar banho há mais de duma semana.

Ora, há uns anos atrás, dirigindo-me eu para a fotocopiadora lá da empresa, esbarrei com uma linda mulher, de longos cabelos loiros e olhos azuis esverdeados, e as únicas palavras que trocámos foram qualquer coisa como um olá e um pedido de desculpas.

Seguimos o nosso caminho e, a determinada altura, tipo cena de filme, olhámos, os dois ao mesmo tempo, para trás, sinal que o encontrão tinha produzido efeitos secundários e que estava ali uma situação de atracção à primeira vista.

Uso a palavra atracção propositadamente, porque considero que o verdadeiro amor aparece quando se começa a conhecer a outra pessoa e não quando nem sequer se sabe o nome dela.

Hoje em dia, aquela linda mulher com quem esbarrei é a minha mulher, e percebo que sou um gajo cheio de sorte por ter sido o escolhido.

Sorte, sim, porque parece que, afinal, nestas coisas de amor e vida a dois, o frequentemente badalado destino e a sorte podem ter quase o mesmo peso.

Acredito que o destino tem uma palavra da maior importância a dizer nestes assuntos, mas, juntando A mais B, chego à conclusão de que, naquele dia, também a sorte esteve do meu lado e que, além do facto de que a rapariga não estava constipada e com o nariz entupido, ou faltou a água lá em casa, e nem sequer tomei banho, ou esqueci-me de me pulverizar com dois ou três esguichos de colónia.

Uma coisa é certa… Naquele dia exalava o meu odor original e foi ele que levou a que a minha mulher me identificasse como o seu homem certo."

A minha caminha

Como vos dei conta, há uns tempos atrás, os papás tiraram uma das grades laterais da minha caminha, de modo a que eu me fosse habituando a dormir numa cama sem protecção.

Até hoje, ainda não baldei da cama para fora, ainda que, por vezes, vá escorregando, lentamente…


A Cria

Os popós pequeninos

No fim-de-semana passado, como bem se lembram, acompanhei os papás em mais uma prova dos popós pequeninos e, finalmente, já tenho as fotografias prometidas.

A mamã a receber as últimas instruções do papá e do Pedro, antes de entrar para a pista.

A mamã a acelerar no popó pequenino.

O papá em pista.

O trabalho de equipa durante a troca de pilotos.

A mamã em amena troca de impressões com outra piloto.

Já estou com o bichinho… Só falta chegar aos pedais e posso fazer equipa com os papás!

A Cria

Botas

Segundo o papá, em certas coisas da nossa vida, saio, chapadinha, à mamã, como, por exemplo, na nossa predilecção por botas…


As botas da mamã ainda estão um bocadinho grandes...

A Cria

12 novembro 2008

A mamã faz anos


A melhor mamã do mundo faz, hoje, trinta e três primaveras, e os papás tiraram um dia de férias, de modo a podermos comemorar, os três juntinhos, este dia especial.

Foi um dia simples e animado, em família, mas, como não podia deixar de ser, com alguma que outra peripécia, especialmente à hora do almoço…

Fomos comer a um simpático restaurante, perto de casinha, e eu, com a mania das minhas irrequietudes, empoleirei-me numa pequena estante cheia de tabuleiros e, quando dei por mim, estatelei-me no meio do chão com os tabuleiros e a estante a servirem de cobertor…

De volta a casinha, mais ao fim da tarde, vieram os avós e cantámos os parabéns à mamã, coisa que eu já tinha feito várias vezes durante o dia, acompanhada do papá e duma guitarra.

A ti, minha mamã querida, desejo muitos e longos anos de vida, com muita felicidade, muito amor e muita alegria, sempre junto daqueles que mais amas.

Muitos parabéns e muitos beijinhos da tua filhinha que te adora!

A mãe é linda!

A Cria

11 novembro 2008

Mais sangue

Quase chegada a hora de sair de casinha, decidi brincar à tosse e aos “atchins” e meter-me com o papá, enquanto ele tentava vestir-me a bata da escolinha.

Como é costume ver, até nos adultos, atirava a cabeça para a frente, cada vez que simulava um espirro, coisa que me parece normal.

Esqueci é que, no meio da brincadeira, o papá continuava, atarefado, a tentar enfiar a minha cabeça na respectiva abertura da minha bata e mandei uma violenta narizada na mão do papá…

Depois da primeira reacção do papá, que começou a rir e a meter-se comigo, percebi que alguma coisa se passava, porque a cara dele mudou radicalmente, e senti qualquer coisa a escorrer pela minha cara abaixo.

Mais sangue, desta vez a sair do meu narizinho…

Acho que vou começar a ter mais cuidado com estas brincadeiras…

A Cria

10 novembro 2008

O meu dói-dói

Não se vê lá grande coisa mas é o que se conseguiu arranjar.


A Cria

Fim-de-semana em cheio – O preço da independência

Depois do almoço, que acabou tarde, e duma fila interminável para atravessar o rio Tejo, chegámos a casinha, já era noite, e começámos a arrumar as tralhas, cansados e ansiosos por nos metermos na caminha.

Os papás nem sequer jantaram, porque ainda não tinham muita fome, e eu fiquei entretida a comer uma papa ligeira, umas bolachinhas de chocolate e um sumo não sei bem de quê.

Claro que as bolachinhas de chocolate deixaram as minhas mãos e a minha cara todas acastanhadas e lá fui eu para a casa de banho para lavar as mãos e a boca, acompanhada pelo papá.

Acontece que, como já é hábito e bem sabido, gosto de fazer as coisas por mim e só pedir ajuda aos papás quando percebo que não as consigo resolver sozinha, e acontece que esta mania de me querer mostrar muito independente tem, por vezes, um preço a pagar.

Subi, como já é hábito, para a sanita, comecei a rir quando me vi ao espelho, e, quando me cheguei para a frente para abrir a água, escorreguei – talvez porque estava de meias – e caí desamparada, entre a sanita e o móvel da casa de banho, batendo, violentamente, com a queixola na pedra do tampo do lavatório.

O papá, que nem teve tempo de esboçar um reflexo, pegou logo em mim e abriu-me a boca, cheio de medo que eu tivesse mordido a língua ou que estivesse meio desdentada, enquanto berrava pela mamã e percebia que havia, algures, um bocado de sangue.

O algures era um bocadinho atrás do meu queixo, um golpe com cerca de dois centímetros que o papá, imediatamente, assentou contra a mão dele, de modo a estancar o sangue.

Escusado será dizer o pânico com que a mamã entrou na casa de banho, quase a chorar mais do que eu, e a correria que se seguiu, atrás das compressas e da água oxigenada para prestar os primeiros socorros à “coitadinha da Joana”.

Três minutinhos depois, eu já não chorava e já só dizia que tinha um dói-dói, enquanto os papás se vestiam, à pressa, para me levarem para o hospital.

O papá aproveitou que ainda vinha com a adrenalina toda dos popós pequeninos, ligou as quatro luzinhas ao mesmo tempo, e acelerou até ao hospital, onde fui logo encaminhada para uma médica, muito simpática, que me pôs um penso, fez um monte de perguntas aos papás e me reencaminhou para outra médica, num departamento chamado micro cirurgia, para coser o meu queixinho.

Ainda tivemos que esperar uns 20 minutos antes que me chamassem, porque havia gente à frente, entre os quais um homenzinho com a cabeça envolta em gaze e que também tinha que ser cosido.

Quando a médica me viu, veio uma boa notícia…

Pontos nos bebés, só se for uma ferida muito profunda. Caso contrário, e era o meu caso, aplicam uma cola especial para fechar o golpe e metem uma tirinhas protectoras, antes de aplicarem um penso.

Fiquei muito sossegadinha, enquanto a médica aplicava a cola no meu queixo e explicava aos papás que, se fossem os pontos, em vez da cola, eu teria direito a três ou quatro, bem juntinhos, e a anestesia local.

A mamã suspirou de alívio, e as mãos do papá pararam de tremer, quando a médica disse que estava tudo bem e que, além do golpe, não havia mais motivos de preocupação, já que eu estava a falar normalmente, sintoma de que queixo e articulações não tinham sofrido com a pancada, não tinha vomitado, nem desmaiado, nem qualquer coisa do género.

Já em casinha, voltámos ao local do incidente, onde os papás me deram um pequeno sermão e me explicaram que estas situações servem para eu aprender, e que mais vale pedir ajuda do que armar-me em espertalhufa que quer fazer tudo sozinha.

Depois, foi só papar mais umas bolachinhas, beber um leitinho e cair, ferrada, na caminha dos papás.

A Cria

Fim-de-semana em cheio – Almoço a três

Depois da manhã no kartódromo, seguimos para Setúbal para um almoço que se previa animado, dadas as muitas pessoas que iam lá estar.

Com a história dos papás terem que mudar de roupa e afins, não seguimos em caravana com o resto do grupo e, quando chegámos a Setúbal, com o gostinho do, bem conhecido, choco frito na boca, já toda a gente estava sentada à mesa num daqueles restaurantes da avenida principal de Setúbal, uma marisqueira que nem vale a pena decorar o nome.

Acontece que, quando chegou a altura de pedir a papinha, já não havia choco frito e os papás escolheram um folhado de cherne, que também não havia, porque não havia massa para o folhado.

Um bacalhau, talvez…? Não, o bacalhau também já era.

O papá começou a ficar incomodado e disse ao empregado que, nesse caso, seria melhor que ele dissesse o que é que havia para papar, enquanto a mamã, tapava a cara numa de “vai haver bronca e o melhor é fingir que não conheço”.

O papá acabou por pedir chocos na brasa, sem tinta, para ele, para a mamã, para a minha amiga Xana e para mim, enquanto íamos comendo um pãozinho com queijo de ovelha porque, imagine-se o escândalo, manteiga também não havia.

Ora, passados uns momentos, o empregado voltou, disse ao papá para não se zangar com ele e comunicou que chocos para grelhar também já não havia…

Face a isto, quem conhece o papá não ficou nada admirado quando ele se levantou, despediu-se de toda a gente e disse-nos, alto e bom som, à mamã e a mim, para irmos embora e irmos a um restaurante que tivesse choco frito e, com voz ainda mais alta, manteiga!

E assim foi… Acabámos por almoçar os três, divertidos e em família, um choco frito que estava uma maravilha, cheio de maionese e acompanhado dumas batatinhas fritas deliciosas, enquanto o papá se divertia a telefonar para os amigos a perguntar se queriam manteiga…

A Cria

Fim-de-semana em cheio – As responsabilidades da mamã

Ontem foi um dia em cheio.

Acordámos cedinho e, depois dos banhos, começou a azáfama, à qual já me habituei, dos popós pequeninos, mais conhecidos, no vocabulário dos adultos, por karts.

Ainda que já soubesse, porque os papás já me tinham dito, fiquei um bocado pensativa quando, além do papá, também a mamã me apareceu pela frente com fato de competição, botas e uma panóplia de outros preparativos.

Depois habituei-me à ideia e acho que a mamã fica linda com aquele traje dos popós pequeninos.

A prova dos papás, em Palmela, é que não correu lá muito bem, porque a mamã, talvez por sentir o peso da responsabilidade de ser mãe, estava receosa com as batidelas, os despistes e outras situações mais complicadas, e andou muito abaixo do que seria de esperar, tendo em conta, segundo o papá, os tempos que a mamã já tinha feito naquela pista há uns anos atrás.

Quanto a mim, e porque, desta vez, não havia condições para que os acompanhantes pudessem acompanhar a corrida desde as boxes, vi as primeiras voltas da mamã, perdi a conta quando o papá entrou em pista e passei o resto do tempo a brincar com o Tomás – um giraço de olhos azuis – e com a Joana, uma bebé mais bebé que eu, ambos filhos de colegas do papá.

Depois da corrida, ainda tivemos tempo de ir até à boxes e tirar umas fotos, sentados ao volante dos popós pequeninos, antes de seguirmos para o almoço.

A Cria

07 novembro 2008

Longa-metragem

Segundo dizem os papás – e deve ser mesmo assim, a avaliar pelo ar de crianças que demonstraram enquanto durou o filme – os 101 Dálmatas é um dos filmes que ficou para a história do cinema animado.

Quanto a mim, adorei ver muitos cãezinhos, cheios de pintinhas, a correr dum lado para o outro e, definitivamente, já percebi que, neste tipo de filmes, existem sempre os maus.

A Cria

Os 101 Dálmatas têm encantado audiências durante várias gerações, com as suas fantásticas estrelas de cauda a abanar, a sua história memorável e uma maravilhosa marca de humor e aventura.

Cruela de Vil, a vilã mais exuberante e maquiavélica das produções da Disney, põe a aventura em acção quando rapta todos os cachorros Dálmatas de Londres, incluindo os 15 da família de Pongo e Perdita, para fazer um casaco de peles.

Através do poder do "Latido ao Luar", Pongo lidera um heróico elenco de animais numa busca dramática para salvar todos os cachorrinhos.

Independência acima de tudo

Ontem, depois do jantar, a filhinha entrou, mais uma vez, numa de birra irritante, sem qualquer razão aparente, a não ser, talvez, o sono.

Numa de distracção, aliada aos afazeres normais do fim do dia, dissemos-lhe que fosse lavar a dentola, sozinha…

Mãe, pai fica no quarto. A Joana faz, a Joana ajuda!

Lá ficamos no quarto, com as cabeças fora da porta, a observar, babados, a independência a pequena cria, que só pediu ajuda quando percebeu que colocar a porção correcta de pasta na escova era mais complicado do que, eventualmente, estaria à espera.

De resto, tudo correu dentro das expectativas, desde a colocação do degrau, que lhe permite chegar à torneira e ver a chafurdice ao espelho, até ao arrumar da escova e da pasta, devidamente colocadas no copo das escovas, passando pela escovagem das dentolas, propriamente dita.

E no fim, toda orgulhosa, foi ter connosco ao quarto para nos dizer, com um grande sorriso, “Xá está!

05 novembro 2008

Poças

Alguém nos pode explicar que raio de atracção, tão especial, é que as poças de água exercem nas mentes das pequenas criaturas?

04 novembro 2008

Escuridão

Ontem, por volta das nove horas, estava eu a ver o Panda, toda entretida, quando, de repente, ficou tudo às escuras.

Aliás, ficou tudo escuro como breu!

Chamei pela mamã, que estava, com o papá, a ver umas coisas no computador e, depois do “já vamos, filha”, percebi que vinham, por ali fora, às apalpadelas, a bater com os joelhos na mesa e nas cadeiras e a tropeçar nas minhas pantufas.

O papá lá encontrou o telemóvel da mamã, que tem uma luz, e conseguimos começar a ver qualquer coisa, lá no meio de tanto escuro.

Depois, a aventura começou, verdadeiramente…

O papá pôs pilhas numa coisa numa coisa que eu ainda não conhecia e que dá pelo nome de lanterna.

Maravilha! Já tínhamos luz para andar dum lado para o outro e, obviamente, apoderei-me da lanterna, já que achei imensa piada àquele feixe luminoso que eu apontava para onde bem me apetecia.

Claro está que, até irmos para a caminha, lavar os dentes, mudar de roupa e procurar a minha chucha, entre outros, foi uma brincadeira pegada.

A Cria

03 novembro 2008

Novidades do aquário

Já algum tempo que não contava nada sobre os meus peixinhos, talvez porque não houvesse muito que contar à excepção de que os célebres peixinhos pequeninos foram crescendo a bom ritmo e já estão grandinhos.

De repente, no Sábado, o papá começou a tirar peixinhos do aquário, pô-los dentro dum saco de plástico com água e saiu porta fora, com um ar apressado e um simples “até já”.

Só quando o papá voltou é que me explicaram que o aquário tinha Guppies a mais e que o pior ainda estava para vir, já que haviam, lá no meio, três Guppies meninas que estavam, outra vez, grávidas.

Como os papás não queriam fazer criação de Guppies, haviam três formas de combater esta loucura sexual dos bichos:

Ou atirávamos com dois ou três peixinhos mais violentos para dentro do aquário, de modo a repor a ordem natural das coisas, e esta era uma solução que não agradava muito à mamã;

Ou o papá fazia de Deus nosso Senhor e atirava com meia dúzia de Guppies pela sanita abaixo, e esta era uma solução que não agradava a ninguém;

Ou aceitávamos a proposta duma senhora duma lojinha de animais para levarmos uns quantos peixinhos em troca dum desconto na compra de outros.

Por isso é que o papá levou uns peixinhos e apareceu com outros – um Tubarão Bi-color, dois Pinguins, dois Plattys e um Beta Vermelho – que deram um novo colorido ao nosso aquário.

A Cria

Novidades de fim de semana

Sábado decidi fazer uma surpresa aos papás que se deixaram dormir até às tantas, sem quererem saber dos meus horários…

Levantei-me sozinha, aproveitei que os papás deixam sempre as portas dos quartos entreabertas, para me ouvirem a chamar, caso eu precise de alguma coisa, e fui acordá-los.

Nada de especial, pensará quem está a ler, mas a verdade é que foi a primeira vez que o fiz, já que antes nem conseguia sair da caminha por causas das grades.

E, confesso que me deu um certo gozo saltar para cima da cama dos papás e gritar “Mamã, papá… Acorda, acorda! Upa, upa!”, enquanto lhes dava uns quantos beijinhos.

À hora do banhinho, decidi surpreender o papá (a mamã já sabia) e, quando ele me ia a atirar com o champô para cima da moleirinha, fiz o meu ar determinado, disse-lhe que não e estendi-lhe a mão, enquanto reafirmei os meus propósitos com um vigoroso “a Joana faz!

E pronto… Assim, o papá já sabe que eu sei lavar o meu cabelo, ainda que precise duma pequena ajuda na parte de trás.

A Cria