31 julho 2007

A razão da “febre”

Mesmo não tendo sido nada por aí além, o facto da cria ter tido quase 38 de febre, após um dia de praia, deixou os papás algo apreensivos.

Em conversa com o pediatra, ficámos a saber que é perfeitamente normal a temperatura da criança subir bastante em dias de calor intenso, como foi o caso do passado Domingo, e que os 38ºC devem ser entendidos como temperatura quase normal, caso as crias não demonstrem outros sintomas e mantenham, como foi o caso da Joana, a habitual boa disposição.

Tal facto deve-se a uma adaptação do organismo das crias às altas temperaturas do meio ambiente, da mesma maneira que também nós, adultos, nos adaptamos, de modo a que a diferença não seja tão grande.

26 julho 2007

Avós


Hoje é o Dia dos Avós, aquelas criaturas simpáticas, um pouquinho mais velhas que os papás, que, verdadeiramente, tantos mimos nos dão e que tanta sabedoria nos transmitem.

Muito em especial para os meus avós, mas, também, para todos os avós por esse mundo fora, um beijinho muito grande por este dia que, sendo igual a tantos outros, é um dia especial.

Assin. - A Cria

25 julho 2007

Pergunta pertinente para os papás

O que será que as nossas crias vão achar dos blogs que, com tanto amor e carinho, desenvolvemos para elas?

Nota - E vai já ali para o lado uma sondagem...

Adenda ao post “Namorico muito precoce”


Alguém tem, por aí, uma arma de calibre superior que me queira dispensar?

Namorico muito precoce

Parece que há namorico lá para as bandas do infantário e a nossa filhinha anda de beicinho feito por um dos amiguinhos do berçário.

As educadoras já tinham comentado o facto de que as duas crias andarem sempre numa brincadeira pegada e de se darem muito bem, mas, nestes últimos dias, os sinais passaram a ser diferentes, mais evidentes e, consequentemente, mais preocupantes.

Primeiro, o Simão não foi à escola na passada segunda-feira e, de acordo com o que nos foi relatado, a “piquena” andou tristonha e meio aparvalhada da moleirinha durante todo o dia.

Segundo, porque ontem, quando fomos buscar a cria ao infantário, o Simão ainda lá ficou e era vê-los, embasbacados, a dizerem adeus um ao outro, com um ar que mais lembrava o Romeu e a Julieta mas ao contrário, uma vez que era o rapaz que estava à janela e os cabelos não chegavam até ao passeio.

O terceiro sinal aconteceu hoje de manhã, enquanto andávamos os três embrenhados nos preparativos para sair de casa, quando perguntámos à filhinha onde ia tão bonita e se ia ter com o dito cujo…

Então não é que, ao ouvir o nome Simão, virou a cara e ficou a olhar para o chão, com um ar que tinha tanto de doce como de vergonha?

Terá sido uma mera coincidência ou a Joaninha anda mesmo de olho no petiz e com o coraçãozito a palpitar de amores?

24 julho 2007

O meu quarto

Foi tipo prenda por ter “passado de ano”…

Ainda falta um detalhe importante, do qual falarei na devida altura, mas o meu quarto está, finalmente, pronto e de cara lavada.

É com muito orgulho que vos convido para uma visita guiada.




Assin. - A Cria

23 julho 2007

Falta de confiança

Na tal reunião de pais houve, por parte da responsável do colégio, uma nota final que me deixou deveras perplexo e indignado.

Como é sabido, a grande maioria dos colégios tem actividades extra e as idas à praia, chegado o pseudo verão, é uma delas.

O que eu não sabia, talvez porque nunca tinha ido a uma reunião de pais de final de ano, é que há papás que, num sinal de total falta de confiança, vão atrás das camionetas, escondem-se por trás duma qualquer duna a controlar os passos dos filhos e das educadoras e, como cumulo, abancam a poucos metros do grupo de crianças, como quem diz “não te preocupes, meu filho, que estamos aqui para ver se tratam bem de ti e te põem o bronzeador”.

As idas à praia, tal como outras actividades extra, não são só para fazer passar o tempo e têm outras componentes didácticas adjacentes, como fomentar o espírito de grupo, dar às crianças sentido de responsabilidade e proporcionar-lhes mecanismos de auto aprendizagem e, porque não, de defesa face ao mundo que as rodeia, preparando-as, desta forma, para uma melhor vida futura.

Não me parecem normais estas atitudes nefastas e contraproducentes por parte dos pais visados e, se a preocupação for assim tão grande, mais vale dizer que não confiam e não assinar a autorização que permite às crianças irem à praia.

Balanço final do primeiro ano no infantário

Na passada sexta-feira foi dia de reunião de pais no infantário da Joaninha e, claro, lá fomos nós saber das últimas novidades.

A pequena criatura também foi e, mais uma vez, deu para ver que se sente bem e muito à vontade naquele ambiente que, temos a certeza, lhe é tão querido, já que, antes da reunião começar, andou pela sala, toda descontraída, na brincadeira com uma amiga.

O pior, mesmo, foi quando a responsável do infantário começou a falar, toda compenetrada no seu discurso, e, de repente, lhe apareciam umas mãozinhas matreiras a tentar roubar as canetas ou, no silêncio dos pais atentos no discurso, se ouviam umas larachas que ninguém entendia mas que acabaram por ser motivo de risota.

Findas as primeiras considerações sobre o ano lectivo que agora termina, as responsáveis pelas diversas salas distribuíram as notas do terceiro período, onde pudemos verificar a evolução da cria…

Voltando a resumir o que se torna de difícil leitura, a Joaninha continua a ser muito sociável com os adultos, “falando” cada vez mais. Por outro lado, quando quer chamar alguém mais velho ou quer atenção, já manda o seu berro da ordem e, por vezes, vai bater na perna do adulto; Ou seja, continua a interagir, positivamente, com qualquer adulto, e sorri, quando os mais velhos brincam com ela.

Em relação à Socialização com outras crianças, interage positivamente, brinca e provoca os amigos batendo-lhes, puxando-lhes os cabelos e tirando-lhes os brinquedos favoritos.


No que respeita à Locomoção, os progresso foram mais do que visíveis, já que a pequena criatura faz trinta por uma linha e não tem qualquer tipo de problema em sentar-se sozinha, ultrapassar pequenos obstáculos e andar, feita uma louca, dum lado para o outro

Quanto à Higiene, continua a gostar que lhe mudem a fralda (é muito asseadinha, a nossa filha), mas faz um berreiro do caraças quando lhe limpam a cara e o nariz.


No campo da Motricidade, continua a agarrar e a manipular os objectos que lhe vêm à mão.

Passando ao campo da Linguagem, a Joana “fala” cada vez mais, atira com as suas opiniões quando se lhe diz alguma coisa e faz barulhos específicos quando quer chamar a atenção.

No que diz respeito ao Repouso, a cria adormece sozinha e facilmente, tem um sono tranquilo e gosta de dormir, bem confortável, na cama.

No que toca à Alimentação, a palavra adequada, se bem que não parece com as fitas que costuma fazer em casa, é que é uma comilona.

Quanto às Brincadeiras, gosta de ouvir música, de bonecada, de brincar às escondidas, fazer gracinhas em frente ao espelho e brincar com bolas.


Resumindo, as Observações da responsável pelo berçário continuam a salientar, especialmente, a personalidade, cada vez mais vincada, traquina e teimosa da nossa filhinha, que entrou, definitivamente, na fase da afirmação pessoal e a esperteza que demonstra nas atitudes que tem e na maneira como resolve as situações com que se vai deparando no seu dia-a-dia.

Resultado final: continuam as boas “notas”, a cria passou de ano e, em Setembro, quando acabarem as pequenas férias, a Joaninha já vai para a sala de um a dois anos.

20 julho 2007

Parabéns


Ao priminho João Maria e aos papás babados, a minha madrinha G. e o tio L., aqui ficam muitos beijinhos de PARABÉNS pelas duas temporadas.

Assin. - A Cria

19 julho 2007

Decoração

Os papás compraram para o meu quarto uma linda cadeira, que parece uma miniatura, pequenina e mesmo à minha medida.


Assin. - A Cria

17 julho 2007

Hora da caminha

Desde os primeiros momentos que os papás se aperceberam que adoro andar dum lado para o outro, e a verdade é que gosto de treinar os meus passos, enquanto passeio pela casa toda.

Ora, conscientes de que aprendo depressa, os papás decidiram aproveitar tal facto e já me fizeram ver que a hora da caminha pode ser bestialmente engraçada se eu for, quase de livre e espontânea vontade, sozinha para a cama.

A coisa é simples…

Findo o jantar, os papás deixam-me vaguear livremente pela sala e, depois, basta perguntar “vamos para a caminha?” ou “vamos fazer ó-ó?” e lá vou eu, toda feliz e contente, para o meu quarto agarrar-me à minha caminha.

Agarrar-me, sim, pois claro, porque ainda não penso em trepar grades acima e atirar-me para cima do colchão.

Penso, isso sim, em fazer, um dia destes, mais uma surpresa aos papás e ir para o quarto sozinha sem que eles me digam nada.

Assin. – A Cria

“Macaca de imitação” igual a auto aprendizagem

E é assim mesmo…

Ontem, e sem que lhe disséssemos nada, a pequena criatura chegou a casa, saiu do elevador pelo seu próprio pé, como já é hábito, e, para grande surpresa dos papás, esfregou, cuidadosamente, as sandálias no tapete antes de entrar na casota.

Olhámos, os papás, um para o outro, cheios de vontade de rir com a novidade e com o ar da filhinha a olhar para nós como quem diz para fazermos o mesmo, mas lá nos contivemos e, em vez da risota, limpámos os presuntos e entrámos em casa, depois de dar passagem à cria que lá foi indicando o caminho a bater palminhas de contente pelo feito.

Com estas coisas do “no poupar é que está o ganho”, e com a adesão à tarifa bi-horária da EDP, lá temos vindo a adquirir o hábito, por vezes penoso e sorvedor de minutos matinais preciosos, de ligar a máquina de lavar roupa dentro do horário menos acutilante para a conta bancária ao fim do mês.

Hoje, enquanto tomávamos, à pressa, como sempre, o pequeno-almoço, lá fomos tratando da roupa e tivemos mais uma agradável surpresa, já que a pequena cria, ao ver os papás tão atarefados entre bolachas, camisas, iogurtes, leite, calças, blusas e corn flakes, decidiu dar uma mãozinha na tarefa de tirar a roupa da máquina, esticá-la e estender.

O “problema” é que quer fazer as coisas à maneira dela e, cada vez que tira uma peça de roupa da máquina, fecha a portinhola para, depois, voltar a abri-la, meter a cabeça lá dentro, cheia de curiosidade para ver o que vai tirar a seguir, e continuar com a tarefa, sempre bem disposta e com um sorriso malandreco no lábios.

16 julho 2007

Novo “brinquedo”

A nossa filhinha, nas suas explorações habituais, arranjou uma nova brincadeira.

Agora deu-lhe para deitar mão às toalhitas, ir a correr para a casa de banho, abrir a tampa da sanita e deitar fora aquela coisa impregnada de perfume, como se de algum detrito se tratasse.


Inconvenientes inerentes:

1. As toalhitas não são, propriamente, um bem que se encontre grátis aí ao virar da esquina.

2. O tampo da sanita ainda pode ser considerado uma ameaça para aquelas pequenas mãozinhas, mas é assim que se vai aprendendo.

3. Enquanto forem só as toalhitas, não vai mal o barco, mas os papás têm que redobrar as atenções não vá o diabo tecê-las e a pequena criatura deitar mão a um relógio, um telemóvel ou uma carteira…

12 julho 2007

A internacionalização da Joaninha

Como já foi dito, aqui, o nome da nossa filhinha está associado à designação dada a um bicharoco simpático e colorido, a Joaninha.

Há uns dias atrás, durante uma troca de EMails com um amigo argentino, o papá ficou a saber que, por terras das Pampas, o animalejo pintalgado é conhecido por Vaquita de San António e ficámos curiosos por saber que outros nomes serão dados à Joaninha por este mundo fora.

Assim sendo, à parte dos países de língua portuguesa, que mantêm a designação Joaninha, e os países de língua inglesa, que tratam o bichinho por Ladybug, existem alguns nomes bem engraçados, conforme podem verificar na lista abaixo:

Alemanha - Marienkäfer
Argentina – Vaquita de San António
Austrália – Ladybug
Bélgica – Lieveheersbeestje
Bulgária – Kalinka
Canadá – Ladybug
Checoslováquia – Slunécko
Croácia – Bubamara
Equador – Mariquita
Eslovénia – Pikapolonica
Espanha – Mariquita
Finlândia – Leppäkerttu
França – Coccinelle
Grécia – Paskalitsa
Holanda – Lieveheersbeestje
Hungria – Katicabogár
Inglaterra – Ladybug
Itália – Coccinella
Japão – Tentou Mushi
México – Catarina
Noruega – Marihøne
Polónia – Biedronka
Rússia - Bosya Kopovka
Suécia – Nyckelpiga
Turquia – Ugurböcegi
Ucrânia – Boziya Korovka

11 julho 2007

Novos sabores, novas perdições

A cria provou, gostou e recomenda uns bichinhos muito saborosos…

Diga-se, a propósito, que este era um dos apetites da mamã, quando estava grávida.

Será que tem alguma coisa a ver?

Pediatra II

Depois da consulta de rotina, e de termos ficado a saber que a cria está com uma saúde de ferro e que pode comer de tudo, excepto marisco, moluscos e frutas tropicais, a famelga aproveitou a hora do almoço do pai para podermos comer juntos e, desta forma, aproveitar melhor o dia.

Já com as barrigas cheias, e depois de termos tratado de mais dois assuntos de menor importância, ainda aproveitamos a presença da pequena cria em Lisboa para visitar uma personalidade que, durante muitos anos, marcou a vida dos papás: o nosso antigo pediatra.

Com a mesma figura imponente de outros tempos, ainda que com um ar mais abatido e cansado, o Dr. R de Almeida recebeu-nos de braços abertos, com a mesma simpatia de sempre, e foi com o maior dos orgulhos que vimos a nossa filhinha a “falar” com aquele Senhor que acompanhou e tratou da saúde dos papás durante tantos anos.

A ele, o nosso muito obrigado por nos ter aturado durante tanto tempo e, sobretudo, em jeito de singela homenagem, por ser a pessoa afável, amiga e sempre disponível que sabemos que é.

Bem-haja, Sr. Doutor.

Dentes

E já lá vão 12… Só faltam os molares.

Pediatra I

Ontem foi dia de visita ao médico, daquelas visitas programadas (a dos 15 meses) para ver se está tudo bem com a minha saúde e o meu crescimento.

Antes da consulta, fui passar umas horas no emprego da mamã e foi uma perfeita duma loucura, com toda aquela gente a querer pegar-me ao colo e dar-me miminhos.

Lá tive que dizer-lhes que já não sou aquela bebézinha de há uns meses atrás e que o que quero mais é que me deixem em paz para poder andar dum lado para o outro a mexer nos botões das fotocopiadoras e abrir umas quantas gavetas, para ver o que está lá dentro.

Voltando ao tema da medicina, o meu pediatra, o Dr. Mário C., adorou ver-me e achou que eu estou uma mulher, para grande satisfação minha e dos meus papás.

Apesar de me ter portado muito bem, e ele diz que esta consulta dos 15 meses costuma ser complicada, claro está que aproveitei para lhe mostrar como sou traquina e fartei-me de andar às voltas pelo consultório a mexer em tudo o que encontrava para brincar.

O doutor diz que ando muito direitinha, para o pouco tempo que levo nestas andanças e que estou com um ar muito espevitado.

Depois da consulta, e dos papás ficarem a saber o que podem esperar dos próximos meses, seguimos, directamente, para outra sala, desta feita para levar as malditas picas.

Não pensem que tenho medo, porque não é nada disso, só que a porcaria das agulhas magoam quando entram pelo meu bracinho adentro.

O resultado foi um berreiro de poucos minutos e dois pensos muito catitas e coloridos, um em cada braço, de modo a evitar que aquela típica gotinha de sangue sujasse a minha camisa.

Assin. – A Cria

09 julho 2007

Amizades blogosféricas

Ao Kiko, o nosso muito obrigado pelo link feito ao nosso pacato, mas sempre irrequieto, espaço familiar.

Momentos de ternura

São instantes como este que fazem a diferença nas nossas vidas e nada melhor do que apanhar os amores da minha vida nestes momentos tão íntimos entre mãe e filha.

Fraldas

É certo, e sabido, que as fraldas são elemento fundamental na vida dum bebé, não só pela função primordial que é absorver as necessidades liquidas ou sólidas que vão fazendo ao longo do dia mas, também, pela importante função de amortecer os chamados “bate cu” tão característicos desta fase da sua existência.

Fim-de-semana alentejano II

No Domingo continuou o descanso que a Joaninha já relatou anteriormente, com mais um belo dum pequeno almoço e o aproveitar, ao máximo, as mordomias e a simpatia do pessoal do hotel que, para mais, não nos exigiram hora de saída.

Apercebemo-nos que a pequena criatura estava muito mais à vontade, não só com a piscina mas, também, com aquele mundo novo que andava a explorar, tão importante para o desenvolvimento duma cria desta idade, mas nem sempre possível, a nós pais, de oferecer aos nossos filhos.

A verdade é que o contacto com uma série de situações que saem fora da rotina do dia a dia das pequenas crias só lhes faz é bem e é uma forma importante de se aperceberem do bem e do mal, do que está ou não certo e dos seus próprios limites.

Por exemplo, durante as suas caminhadas em redor da piscina, sempre com o acompanhamento à distância de meio metro de um de nós, a pequena criatura decidiu aventurar-se e tentar subir umas escadas.

Tentar, sim, porque subir escadas ainda é à base do gatinhanço e, assim que pôs as pequenas mãozitas no primeiro degrau, sentiu o quentinho abrasador do sol alentejano a dar de chapa naquele chão avermelhado.

Conclusão, após duas tentativas, lá percebeu que aquelas escadas eram quentes demais e para subi-las só com a ajuda dos papás.

Ficámos com a certeza de que dar certa liberdade à pequena criatura, sempre, como já dissemos algumas vezes, com a devida supervisão paternal, é do melhor que podemos fazer para contribuir para o seu crescimento.

Quanto ao Alentejo, aquele ar abafado mas puro, é do melhor que há para adultos e crianças, e não é à toa que vemos aqueles velhotes cheios de saúde para dar e vender, fruto do estilo e do nível de vida que conseguem ter por aquelas bandas.

Ou seja, arranjem-nos um trabalhinho em terras alentejanas e a família foge deste stress das cidades.

Dois amigos

Um, o Rafael, ainda bebé. O outro, o Rudolfo, adolescente…


Nota - Também publicado no Sempre a Produzir

Fim-de-semana alentejano I

Foi a primeira vez que saímos, verdadeiramente, da vida atribulada de Lisboa e arredores para nos dedicarmos, em família, ao descanso.

Na sexta-feira, saímos rumo a um simpático hotel rural, perto de Aljustrel, chamado Hotel Rural da Daroeira, situado numa herdade a perder de vista na vasta planície alentejana.

A viagem, nem dei por ela, porque adormeci ferrada e só acordei a poucos quilómetros da chegada.

No Sábado, o dia em que fiz quinze meses, os papás decidiram que já era altura de eu provar um pequeno almoço “à séria” e, em vez do meu leitinho matinal, comi pão alentejano, queijo, croissant, um bocadinho de doce, biscoitos caseiros e leite “normal”, ou seja, uma boa maneira de começar o dia.

Depois do pequeno-almoço, descansámos mais um bocadinho e, ainda antes de irmos para a piscina, grande e muito bem apetrechada, decidi andar a descobrir um pouco da natureza e do clima alentejano, num dos jardins interiores do hotel.




Quanto à piscina, desiluda-se quem pensava que aqui a traquina ia disparada para dentro de água… A verdade é que parece que gosto mais de praia do que piscina e foi um berreiro infernal quando os papás me meteram dentro de água.

Não sei bem porquê, mas aquilo não me inspirou muita confiança, mesmo sabendo que estava protegida, e a salvo que qualquer eventualidade, bem agarradinha ao pescoço da mamã.

Mas lá teve que ser, porque o sol estava muito quente, o calor era abrasador e os papás queriam que eu andasse de cabelo bem molhado, e lá me fui habituando, de tal modo que, passado algum tempo, já andava com o papá às voltas na piscina sem refilar muito e bem mais confiante e contente.

Depois de mais um descanso (lembrem-se que estávamos no Alentejo e o papá diz que devemos ter alguma costela daquelas bandas), fomos até Aljustrel para jantar e, por aquelas paragens, nada melhor do que uma daquelas casas de pasto, rústica, típica e com um ar de espelunca suja e aporcalhada, onde os papás dizem que a comidinha tem outro sabor.

E tinha mesmo, já que devorei uma bela sopinha de nabiças (acho que foi a primeira vez que comi nabiças) e, depois de acompanhar, minimamente, os papás no repasto deles, um belo pêssego, docinho e suculento até mais não.

Depois… Bem, depois é que foi, porque havia bailarico típico em Aljustrel e os papás decidiram ir dar uma vista de olhos.

O “musicol” não era grande coisa, mas eu fartei-me de andar de um lado para o outro, a ver aqueles casais mais velhinhos a dançar o “sol e dó” e a abanar o meu pequeno esqueleto, sempre sozinha mas sempre debaixo do olhar atento dos papás.

E assim acabou o dia, estafada, porque aqueles ares dão cabo de nós, e prontinha para dormir um soninho descansado na caminha de viagem que os papás montaram ao lado da cama deles.

Assin. - A Cria

06 julho 2007

Manhas e afins

Após quase 15 meses a explorar, muito calmamente, este mundo que me rodeia e sem ter dado grandes motivos de queixa ou preocupação aos meus papás, achei que era chegada a hora de lhes dar mais que fazer e testar, dentro de certos limites impostos pelas “leis paternais”, a paciência, vulnerabilidade e resistência física deles.

Para tal, e como já sabem, decidi começar a andar, feita uma maluquinha, pela casa toda, à procura de coisas engraçadas para mexer e, eventualmente, destruir.

Ora, comos os papás tem outras coisas para fazer, além de andarem a correr atrás de mim, decidiram retaliar esta ambição exploratória e fecharam todas as portas da casa, ficando eu confinada à sala e ao corredor.

Ai é assim?”, pensei eu para com os pequenos botões da minha camisa de manguinha curta, “Então vou retaliar também!

Bem dito e melhor feito… Aproveitei uma ideia que tenho cá dentro, vinda do ADN do meu papá, e decidi fazer o que ele já fazia em pequeno, a saber, caso não me façam as vontades, sento-me, ou ajoelho-me, e bato com a testa no chão.

Mas não pensem que são favas contadas… Nada disso e antes pelo contrário. Ou seja, o bem dito e melhor feito encontrou a indiferença dos papás, como quem diz que se quero bater com a carola no chão e ficar com a testa dorida, então azar o meu…

Tal facto implicou novas medidas da minha parte e, além das cabeçadas, tenho vindo a implementar um esquema que inclui atirar com as coisas para o chão e apontar para elas, numa de ver os papás a lixarem os costados cada vez que se agacham para apanhar seja o que for, desatar aos berros, numa de rebentar com os tímpanos dos papás, e acordar às 4 da manhã ou aguentar ao máximo a minha soneira, numa de ver os papás a terem que meter uns palitos nas pálpebras para se manterem acordados a aturar-me.

Mázinha…? Nem por isso, porque depois dou-lhes beijinhos e vou a correr para eles de braços abertos e com um grande sorriso, mas que dá um certo gozo vê-los a desesperar sem saberem o que se passa comigo quando começo a minha sessão de berraria às 4 da manhã, lá isso dá.

Interesseira…? Também não, porque sou bebé e os bebés são mesmo assim.

A última artimanha que tentei foi aplicar umas palmadinhas maliciosas nos braços dos papás cada vez que não me deixam levar por diante as minhas pretensões traquinas, mas saiu o tiro pela culatra.

Os papás não se deixaram intimidar e responderam na mesma moeda, com umas palmadas nas minhas pequenas mãos ou no meu rabinho, ainda que protegido com a fralda e, por vezes, com uma protecção adicional muito mal cheirosa.

Resumindo esta minha prosa… A mamã diz que nem parece que sou eu e, coisa rara, chega a berrar comigo para que eu fique um bocado quieta, antes de berrar com o papá a pedir-lhe ajuda.

O papá, pachola, lá vai aguentando estas artimanhas até, após muito tempo, perder a paciência.

Nesse caso, é ver-me a fugir do papá a sete pés, o que implica que ele venha atrás de mim, o que implica começar a brincadeira do “foge senão apanho-te”, o que implica que ganhei a parada e que tudo está bem.

Fica, aqui, uma chamada de atenção para os outros papás que lêem este espaço traquina:

Estas artimanhas não são da minha autoria nem, tão-pouco, detenho qualquer tipo de exclusividade sobre elas.

Quero com isto dizer que, chegadas a esta fase da nossa vida de bebé, as vossas crias, como o meu papá, carinhoisamente, nos costuma tratar, também vos vão “atacar”com arteirices similares às minhas.

Mas não se preocupem, porque, afinal de contas, somos bebés!

Assin. – A Cria

05 julho 2007

Aos papás "velhadas"

Isto da antiguidade tem, realmente, o seu quê e muito que se lhe diga…

Senão vejamos:

De acordo com os reguladores e burocratas de hoje, todos nós que nascemos nos anos 60, 70 e princípios de 80, não devíamos ter sobrevivido até hoje, já que as nossas caminhas de bebé eram pintadas com uma tinta manhosa à base de chumbo que nós muitas vezes lambíamos e mordíamos;

Não tínhamos frascos de medicamentos com tampas "à prova de crianças" nem fechos de segurança nos armários, o que nos levava, por vezes, a abri-los e atirar com as panelas cá para fora.

Andávamos de bicicleta sem capacetes e viajávamos de carro sem cintos e sem termos que ir sentados nestas cadeirinhas ridículas que, actualmente, são obrigatórias até aos 10 ou 12 anos… O colinho da mamã era um “must”.

Bebíamos água da mangueira do jardim, que não só sabia bestialmente bem como nos dava imunidade a certas e determinadas maleitas.

Comíamos batatas fritas, pão com manteiga e bebíamos gasosa com açúcar, mas nunca engordávamos porque gastávamos “bué” calorias nas constantes brincadeiras de rua, ao contrário da populaça juvenil dos dias que correm.

Passávamos horas a fazer carrinhos de rolamentos e depois andávamos a grande velocidade pela estrada abaixo, para só depois nos lembrarmos que nos tínhamos esquecido de montar os travões…

Saíamos de casa de manhã, brincávamos o dia todo, desde que estivéssemos em casa antes de escurecer, estávamos incontactáveis e ninguém sequer pensava em dar-nos um telemóvel com dispositivo localizador para, de 20 em 20 minutos, saber onde estávamos.

Não tínhamos PlayStations nem X Box; Não tínhamos 40 canais de televisão nem filmes de vídeo, home cinema, computadores, DVD ou chat na Internet.

Tínhamos, isso sim, amigos e, se os quiséssemos encontrar, íamos á rua. Í

Tínhamos liberdade, fracasso, sucesso e responsabilidade e aprendemos a lidar com tudo isso.

Para o papá ou para a mamã que se deu ao trabalho de ler todo este testamento, se:

- Entende o que está escrito acima e sorri,
- Precisa de dormir mais umas horas após uma simples noitada,
- Fica surpreendido ao ver crianças tão à vontade com computadores,
- Abana a cabeça ao ver crianças e adolescentes com telemóveis,
- Se lembra da primeira vez que a telenovela Gabriela passou na televisão,
- Encontra amigos e fala dos bons velhos tempos,

Então isso é sinal que os anos estão a passar depressa e que está a ficar mais velho (ou velha), mas que teve uma infância do caraças e que aproveitou o melhor que aqueles tempos tiveram para nos dar.

04 julho 2007

Banho

A propósito dum comentário feito no blog do Dinis, onde dizíamos que a Joana passou a tomar banho na banheira dos adultos assim que começou a aguentar-se em pé, aqui fica documentada a alegria da cria em relação à hora da banhoca.

Carrapito

O dia foi fértil em novidades irrequietas, especialmente quando mostrei aos papás que já sei andar sem me espalhar, muitas vezes, ao comprido.

Mas o dia começou com uma outra novidade para mim…

Pela primeira vez, a mamã fez-me um carrapito com um elástico que tem um boneco muito giro.


Assin. – A Cria

Lixo

A pequena cria não pára de surpreender e depois das andanças, referidas noutro post, dirigiu-se à casa de banho, onde encontrou dois aros de metal que fazem a junção dos tubos da canalização à parede, vulgarmente chamados de espelhos.

Como não viu qualquer utilidade naquelas coisas, abriu o caixote do lixo e viu-se livre dos dois artefactos estranhos, com um sorriso nos lábios de quem está a fazer a coisa mais maravilhosa do mundo.

Novidades andantes

E os pais que começam a pensar naquela coisa do “quando será que vai andar” que não se preocupem…

De repente, e como quem não quer a coisa, a pequena cria desatou a andar que nem uma maluca, após aquela fase, já comentada neste nosso espaço familiar, do andar, de lado, agarrada às paredes.

Vamos por partes…

De acordo com as notícias que nos chegaram ao fim da tarde, quando a mamã foi buscar a cria ao infantário, a Joaninha passou o dia entretida a andar dum lado para o outro e lá foi andando para os braços da mãe que, pelos vistos, não conseguiu conter a lágrima no canto do olho ao deparar-se com tal cenário.

Depois, mais tarde e já em casinha, foi a vez do papá dar pulos de contente, também ele com as lágrimas nos olhos, quando a pequena criatura atravessou a sala duma ponta á outra, em passos apressados e no meio de berros de contentamento, rumo ao colo paternal.

A verdade é que a emoção de ver a nossa filha a dar um passo tão importante na vida dela e começar uma nova fase, que, sem qualquer dúvida, vai afectar, também, a vida dos papás, é algo comparável ao que sentimos quando soubemos da gravidez ou aquando do nascimento.


Claro está que o acontecimento tinha que ser devidamente comemorado e lá fomos jantar fora, a uma pizzeria simpática onde a traquina continuou, animadamente, a praticar a arte de bem andar.

De volta a casa, já estoirada, continuou naquelas andanças e ainda teve tempo para experimentar uma nova variante… A de dar um pontapé na bola, enquanto ia andando.

Resumindo e concluindo, a família entrou, definitivamente, numa nova fase que requer muito mais vigilância e cuidados redobrados: a fase do “sem que ninguém se aperceba, agora estou aqui, agora já estou ali”.

Nota importante – A sangria, com que acompanhámos o jantar, estava um bocadinho forte…

02 julho 2007

Novidades dum fim-de-semana prolongado

Na passada sexta-feira, os papás tiraram um dia de férias e ficaram comigo em casa, já que, como foi feriado em Sintra, o infantário esteve fechado.

Acabou por ser um dia muito calmo, uma vez que, no meio de algumas brincadeiras a três, o papá esteve ocupado com a manutenção da casinha nova e a mamã acabou por passar grande parte da tarde no cabeleireiro, de onde saiu com um corte todo modernaço, e muito giro, que lhe fica muito bem.

No Sábado foi a festa de fim do ano lectivo da minha escolinha e, segundo consta, portei-me muito bem. Aliás, todos nós, os mais pequeninos da turma do berçário, fomos umas verdadeiras estrelas, por quanto tivemos as honras de abrir uma mega festarola que durou a tarde toda para acabar com um belo dum lanche.

Diga-se, ainda a propósito da festa, que no fim todos tivemos direito a um certificado de frequência que os papás, pelo que me disseram, vão mandar emoldurar, depois de passarem a ferro o dito cujo, que foi alvo da minha curiosidade aguçada e das minhas pequenas, mas irrequietas, mãos.

Claro que, depois da festa, a família chegou cansada a casa e não fizemos mais nada.

No Domingo a festa continuou e os papás levaram-me ao Gymboree, um espaço muito giro para nós, crianças.

Por culpa minha, que decidi emporcalhar a minha fralda antes de sair de casa, chegámos muito atrasados à minha primeira aula e nem deu para perceber bem todo o esquema montado para nos entreter durante aqueles 45 minutos.

Mas uma coisa é certa, aproveitei o pouco tempo disponível para fazer as minhas malandrices, meter-me com os outros bebés que lá estavam e explorar, minimamente, as instalações.

Gostei muito e, pelos vistos, os papás também.


Uma experiência a repetir, já que, simpaticamente, nos deram a oportunidade de ir a uma nova aulinha de experiência, e, se continuarmos todos a gostar, os papás já disseram que vão pensar em fazer esticar mais um pouco os euros disponíveis até ao final de cada mês, uma vez que a coisa não é, propriamente, barata nem à porta de casa.

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