28 novembro 2007

É favor explicar, filhinha!

Ainda que sendo simpatizante do Benfica, ontem assisti, com as duas mulheres lá do palacete, ao jogo entre o Manchester e o Sporting, enquanto nos deliciávamos com um franganote assado e umas batatas fritas caseiras gulosas até mais não.

Finda a jogatana, foi chegada a hora de meter a cria na cama, o que, como dissemos num dos posts de ontem, não tem sido nada fácil.

Ora, mais uma vez, a tarefa de manter a Joaninha calada na cama mostrou-se inglória e, com algum custo, lá consegui convencer a minha amada mulher a acompanhar-me no visionamento dum episódio da excelente série “Prison Break” enquanto esperávamos que a berraria amainasse e que a filhinha adormecesse, vencida pelo sono e pelo cansaço.

Ao contrário do esperado, pelo menos por mim, a berraria não acalmou e culminou com um estrondo, vindo do corredor onde se situam os quartos, que me fez saltar do sofá e correr, feito louco, para o quarto da filhinha.

Muito sinceramente, acho que, durante a transposição daquela meia dúzia de metros, tudo me passou pela cabeça, e já imaginava a filhinha estendida no chão, aos berros, com a cama por cima dela ou com uma valente nódoa negra na testa, uma vez que não tinha a mínima dúvida que o estrondo tinha vindo do quarto dela.

A minha primeira surpresa surgiu ao chegar ao quarto… A porta que eu tinha deixado entreaberta, para poder ouvir o tão esperado fim do berreiro da filha, estava fechada.

Daí o estrondo”, pensei eu, acrescentando ao estúpido raciocínio que a razão do barulho se ficaria a dever a algum objecto arremessado pela pequena criatura que tinha feito com que a porta se fechasse.

A segunda surpresa, a verdadeira surpresa, aquela que me deixou boquiaberto e sem conseguir balbuciar, sequer, uma palavra, foi quando abri a porta e dei de caras com a pequena criatura fora da cama de grades, descalça, desgrenhada e a olhar para mim com um ar muito doce, agarrada à fralda e a um dos peluches que costuma ter na cama.

Nem lhe toquei… Corri, isso sim, de volta para a sala, chamei a mãe e levei-a até ao quarto da cria, onde lhe apresentei a insólita situação e onde a pequena criatura continuava, imóvel, à nossa espera.

Não houve raspanetes nem palmadas no rabo. Ao invés disso, e depois de nos certificarmos da inexistência de algo partido ou dorido, tentámos perceber como é que raio a pequena cria tinha conseguido saltar, às escuras, para fora da cama.

Ainda a metemos de volta no leito e pedimos, com muito jeitinho, que nos demonstrasse como é que tinha feito, mas, por vergonha ou por não querer revelar os seus segredos aos papás, a Joana não nos explicou a ponta dum corno e, ao contrário, ainda começou a rir, como quem diz que podemos bem descobrir sozinhos.

Assim sendo, tudo leva a crer que a pequena criatura trepou pelos pés da cama, passou por cima da estrutura, aterrou na “arca do tesouro”, que fez de degrau, chegou ao chão e dirigiu-se para a porta.

Traquina e irrequieta, sem dúvida! Ousada e aventureira, também! Esperta e determinada, com certeza que sim!

Só me resta esclarecer como é que raio a cria conseguiu fazer o que fez completamente às escuras e chegar á porta sem esbarrar com o aquecimento, estrategicamente colocado no meio do quarto…

2 comentários:

Maraffaada disse...

Joaninha: que aventura, hem?! Bolas, imagino o susto dos papás.... Tem cuidado contigo, rapariga!
Beijinhos

SCAS disse...

inexplicável!!!! rapariga e pêras que vocês aí têm!