07 abril 2007

Fala o Anjinho da Guarda - III

Já no dia 7 de Abril, sexta-feira, o pai acordou, outra vez, de madrugada e, após um banho rápido e revigorante, lá foi ter com a querida mulher ao hospital.
Desta vez, e porque a mãe e a minha protegida estavam bem “guardadas” no hospital, eu fui com o pai para lhe fazer um pouco de companhia.

Quando chegámos ao hospital, por volta das 5 da manhã, apanhámos um susto... Quando batemos à porta da Sala de Partos, houve uma parva duma enfermeira que não nos queria deixar entrar e, cá fora, conseguíamos ouvir a querida mamã aos berros, a contorcer-se com dores.

Claro está que o pai entrou logo em paranóia e pregou um valente murro na porta... E, obviamente, lá nos deixaram entrar. E foi o melhor que fizeram, porque a mãe ficou logo mais calma quando sentiu o apoio do querido marido.
O que acontecera foi que, cerca das 3 da manhã e com o P1 a começar, finalmente, a fazer efeito, as águas já tinham rebentado!
Ou seja, as contracções começaram a ser mais intensas e a mamã começou, finalmente, em verdadeiro trabalho de parto.
Entretanto, entrou uma nova equipa de médicos, liderada pela Dra. Maria Antonieta, que era uma médica simpática que tinha feito a última ecografia no hospital. Ou seja, o casal sentiu-se logo mais à vontade e com mais confiança.
O dia foi muito longo, com as dores das contracções e o trabalho de parto a avançar muito muito devagar, já que a mamã estava a fazer uma dilatação muito lenta.
Para terem uma ideia, os médicos consideram normal que o colo do útero dilate um dedo por hora e a mamã estava a dilatar um dedo de três em três horas.
Conclusão... Já a meio da tarde, a médica falou com o casalinho e ficou decidido que, a continuar naquele ritmo, a Joaninha iria nascer por cesariana. Aliás, a médica deu um prazo de duas horas para ver qual era a evolução da dilatação do útero da exausta mamã.
Assim sendo, por volta das 18h30, a cesariana era dada como certa, só que o último toque trouxe uma surpresa... A dilatação estava a avançar a bom ritmo, o que levou a médica a optar pelo parto natural.
Às sete da tarde, fomos todos para a verdadeira Sala de Partos e começámos a fazer força com a mamã...
A médica já sentia a cabeça da Joaninha quase cá fora e, aparentemente, um bocadinho de força a cada contracção seria suficiente para que a minha protegida saísse...
Só que, mais uma vez, a malandra da miúda decidiu pregar-nos uma partida e começou a fazer-se difícil, o que irritou os médicos, que decidiram tirá-la “à força” com a ajuda de ventosas e fórceps. Ou seja, dar uma ajuda à mamã.
Isto levou a que o pai fosse posto na rua, já que não é permitido assistir a este tipo de parto... E lá foi o querido marido, triste, nervoso e cabisbaixo, para o hall de entrada..
Eu (o anjinho) também devia ter saído, mas, como estava incógnito, ninguém me disse nada e pude assistir a tudo...
Foi um parto difícil e cansativo, e a mamã fartou-se de fazer força.
Aliás, o médico já transpirava em bica com tanto trabalho e, a determinada altura, a cabeça da bebé saiu cá para fora, à laia de rolha de garrafa de champanhe, espirrando sangue por tudo quanto era lado, de tal forma que o médico teve que pedir para lhe limparem os óculos.
Gratificante e, até certo ponto, engraçado foi ver a claque de apoio à querida mamã... Eram muitas enfermeiras a gritar “força”, e aquilo já parecia mais um concerto rock que o nascimento da minha protegida.
E, finalmente, às 19h30, a Joana Maria saiu da barriga da mãe e começou aos berros!
Nota - Texto retirado do "Crónicas Duma Gravidez Anunciada"

4 comentários:

Anónimo disse...

É o que se chama um parto difícil, ufa!! A miúda estava agarrada com unhas e dentes à barriguinha da mamã! Acho que foi a "hora mais longa" que já ouvi falar, 3 dias... O que interessa é que culminou tudo muito bem, com a pequenita e a mamã bem de saúde!
Beijinhos

Ana Luísa disse...

Muitos parabéns pelo primeiro aniversário da Joaninha :) que engraçado, a minha avó materna também se chamava Joana Maria...
O parto foi difícil mas ter finalmente a Joana nos braços compensou tudo pelo que se passou...
Beijinhos

Mãeloba disse...

Parabéns pelo 1ºaninho da Joana! Foi um parto longo mas que trouxe um presente lindo, a traquina :)

Anónimo disse...

O anjinho esteve na sala de partos com a mãe, e a tia não parava de falar ao telefone com o pai e com os avós.
Foi um parto dificil para todos (para a mãe e para a Joaninha com dores) para os que estavam foram da sala de partos era só ver quem é que tinha mais nervos e a quem é que restavam unhas nas mãos.
Beijinhos
A madrinha babada